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Agricultura familiar pode reduzir pobreza rural no Brasil e nas Américas

Agricultura familiar pode reduzir pobreza rural no Brasil e nas Américas
11-11-2020 20:29:35 (3089 acessos)
Ao final de 2017, o índice de pobreza rural no Brasil aumentou e 1,49 milhão de pessoas passaram viver só com R$ 136 por mês. Na extrema pobreza apenas 40,4% dos domicílios possuíam acesso simultâneo ao saneamento básico (abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo). Em 2019 esses já são mais que 63%. Dados do IBGE mostram moradias sem banheiro de uso exclusivo; paredes externas construídas com materiais não duráveis; excesso de moradores; aluguel consumindo mais de 30% dos ganhos.

 


191014 - 21:11:18 horas

]Agricultura familiar pode melhorar a situaçãio de pobreza de brasileiros e latinoamericanos. É o que pretende dizer o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas com a publicação “Estudo comparativo dos efeitos diretos da agricultura e do agronegócio na redução da pobreza rural”. Trabalhando com o semiárido nordestino, o estudo analisa a geração de renda de dois sistemas produtivos em cadeias como ovinos/caprinos, aves, produção de mandioca e apicultura.

Pesquisa analisa o retorno da venda dos produtos da agricultura familiar para as famílias pobres em comparação ao agronegócio. Dessa forma, contrastam-se os custos e as margens de lucro dos produtores e das empresas típicas do Nordeste do Brasil.

Observou-se que, em comparação com o agronegócio, os produtos da agricultura

familiar apresentam uma vantagem comparativa entre 43% e 117% do retorno da

renda para a comunidade de origem. Além disso, seus produtos também podem ter

uma qualidade diferenciada, sendo geralmente caracterizados como produtos não

industrializados ou mesmo orgânicos, o que pode até representar um grande potencial

de aumento de vendas, considerando a tendência crescente de consumo consciente.

“O estudo chama a atenção para a necessidade de políticas públicas de investimento e de compra de produtos da agricultura familiar para reduzir a pobreza rural”, diz o diretor do FIDA para o Brasil, Claus Reiner.

Dia Mundial da Alimentação

O lançamento ocorrerá durante as comemorações do Dia Mundial da Alimentação (191015) que serão organizadas por Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA) e Programa Mundial de Alimentos (PMA), com a participação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Considerando o aumento do sobrepeso e da obesidade em todo o mundo, o Dia Mundial da Alimentação em 2019, cujo tema é “Nossas ações são o nosso futuro. Dietas saudáveis para um mundo sem fome”, apela a uma reflexão global sobre dietas saudáveis, sustentáveis e acessíveis a todos.

Governos, empresas, sociedade civil e pessoas podem tomar medidas para alcançar dietas saudáveis e acabar com a fome. Ao lançamento do estudo, estarão a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina Corrêa, e a diretora regional do FIDA para a América Latina e o Caribe, Rossana Polastri, juntamente com os representantes de FAO, FIDA, IICA e PMA no Brasil.

Índice de pobreza rural

De acordo com o levantamento realizado a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, o índice de pobreza no Brasil aumentou em 11.2% de 2016 para 2017. Significa aumento de 1,49 milhão de pessoas que passaram a conviver com até R$136 mensais. Se comparado com 2014, ano em que a crise econômica começou, esse número sobe para 53% de brasileiros vivendo na pobreza extrema.

Pobreza no Brasil

Depois de passar por anos de retração, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresceu 1% e a inflação fechou 2017 em 2,95% — a menor taxa desde 1998. Mas, mesmo assim, o índice de pobreza aumentou.

Isso demonstra desigualdade em que muitos vivem com menos que um salário mínimo. Muitos brasileiros têm uma renda que representa menos de 1/3 do preço da cesta básica (definida pelo Dieese) para o estado de São Paulo, ou ainda, com um valor incapaz de encher um tanque com 50 litros de gasolina.

IBGE ainda mostrou que todas as regiões do Brasil tiveram piora no índice de pobreza. No Nordeste a situação é mais grave, com 55% da população sendo considerada extremamente pobre, um aumento de 10,8% de 2016 para 2017. Mas até o Sudeste, considerada a região mais rica do Brasil, sofreu com o avanço da pobreza, com um acréscimo de 13,8%.

Pesquisa exibe queda no rendimento médio mensal do brasileiro, que passou de R$ 49 em 2016 para R$ 40 em 2017, uma queda de 18%. Já na população mais rica, esse índice variou apenas 1%.

Piores condições de vida

A pobreza extrema se reflete também na condição de vida dessas pessoas e foi isso que mostrou a Síntese de Indicadores Sociais do IBGE. Entre os brasileiros que vivem na linha da pobreza extrema, apenas 40,4% dos domicílios possui acesso simultâneo aos serviços de saneamento básico (abastecimento de água, rede de esgoto e coleta de lixo). Em comparação, a média nacional que é de 62,1%. Outros pontos que o IBGE considerou no estudo foram as condições de moradia, com inadequações como:

  • ausência de banheiro de uso exclusivo dos moradores;
  • paredes externas construídas com materiais não duráveis;
  • número de moradores superior ao adequado;
  • gastos excessivos com aluguel (igual ou maior que 30% do rendimento).

A média nacional é de 12% de brasileiros que vivem em domicílios que apresentam esses pontos. Entre os mais pobres, esse número sobe para 26,2%, com destaque para o excesso de moradores, que entre os mais pobres chega a 14,2%, enquanto a média nacional é de apenas 5,7%.

Mas não é só isso. A pobreza extrema também dificulta que essas pessoas tenham acesso a outros direitos básicos, como educação e proteção social, tornando a qualidade de vida extremamente reduzida.

 

Desigualdade

O IBGE destacou outros dados que demonstram desigualdades no Brasil em  2017:

  • 1% das residências com rendimentos mais altos têm renda 3,84 vezes maior que 50% das residências com menores rendimentos;
  • 20% das residências com rendimentos mais altos têm renda 18,3 vezes maior que os 20% com rendimentos mais baixos;
  • 10% das residências com rendimentos mais altos têm renda 16,3 vezes maior que os 40% com rendimentos mais baixos.

 

 

 

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