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OMS e parceiros querem vacinar 1 bilhão contra febre amarela

30-10-2019 20:19:20 (1226 acessos)
Persistem os riscos de surtos e disseminação da febre amarela. Esta foi advertência deixada na reunião do Brasil por Ibrahima Socé Fall, diretor-geral assistente de resposta a emergências da OMS (Organização Mundial da Saúde). Especialistas em medicina e fabricantes de vacina, num total de 137 representantes, decidiram selar compromisso para garantir que mais de 1 bilhão de pessoa estejam protegidas contra a febre amarela até 2026.

 


Evento foi preparado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em conjunto com o secretariado da estratégia Eliminate Yellow Fever Epidemics (EYE) de Organização Mundial da Saúde (OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Gavi – The Vaccine Alliance.

Parceiros da estratégia EYE 2019 (191028 a 30), fazem encontro anual, com discussões sobre realizações, desafios e o caminho a seguir. Para a cerimônia de abertura, o diretor-geral assistente de resposta a emergências da OMS, Ibrahima Socé Fall, enfatizou a persistência do risco de surtos e disseminação da febre amarela.

 

“Há muito trabalho a ser feito. Felizmente, temos um plano. A implementação de

campanhas de vacinação em massa deve ser acelerada. Nossos parceiros e todos

os países-partes precisam estar totalmente engajados para garantir a eliminação

das epidemias de febre amarela no mundo até 2026”, disse. Ele também agradeceu

os participantes pelo compromisso com a estratégia, e destacou que

esse trabalho é crucial para proteger a saúde e a vida das pessoas.

 

Socorro Gross, representante da OPAS e da OMS no Brasil, ressaltou que a febre amarela é um grande desafio. Ela também disse que as lições aprendidas no Brasil devem ser compartilhadas com o mundo. “Realizar esta reunião aqui no Brasil tem um significado muito especial, porque o País conseguiu enfrentar surtos exitosamente nos últimos 4 anos. Seja pelas estratégias para atingir as populações mais vulneráveis. Seja por ações de laboratório e vigilância. Seja por estratégias de imunização, incluindo o uso de doses fracionadas.”

Esse resultado, acrescentou o coordenador de Vigilância de Arbovírus do Ministério da Saúde do Brasil, Rodrigo Said, deve-se ao trabalho conjunto dos níveis federal, estadual e municipal. “Se não fosse por esse esforço coletivo, tenho certeza de que nosso cenário teria sido muito pior. Hoje, temos uma melhor resposta laboratorial, melhores serviços organizados, melhores cuidados de saúde para os pacientes, modelos de vigilância capazes de prever e identificar epizootias, além de uma capacidade maior de intensificar ações nas áreas em que o vírus está circulando.”

Robin Nandy, chefe de imunização do UNICEF, destacou a importância de trabalhar de maneira mais integrada para obter resultados efetivos. “A tendência global é se afastar do foco puramente vertical na doença para uma abordagem mais horizontal do sistema. Não queremos estar em uma situação em que hoje lidamos com a febre amarela em uma área geográfica e temos surtos de sarampo nas mesmas áreas um ou dois anos depois, tudo devido às mesmas lacunas em nossa capacidade de fornecer serviços de imunização”.

Acrescentou que, em vez disso, é fundamental garantir que os programas verticais, que servem para lidar com riscos específicos de doenças, também possam dar contribuições valiosas ao fortalecimento dos sistemas de saúde e, portanto, mitigar o risco de todos os surtos de doenças evitáveis por vacinas a longo prazo.

 

Laurence Cibrelus, líder do secretariado da EYE, afirmou que os próximos

passos agora devem incluir uma articulação mais forte entre os mecanismos

globais e regionais; plataformas e ferramentas aprimoradas para engajamento

contínuo dos parceiros e contribuições personalizadas planejamento de

contingência mais forte e engajamento de países/parceiros para obtenção

do máximo impacto no nível nacional.

 

“Temos os mecanismos, temos os meios para a estratégia avançar, alcançamos resultados notáveis, mas os desafios permanecem. Esta reunião é para discutir como avançar mais rapidamente, com um engajamento mais forte e contribuições ativas. Precisamos envidar esforços conjuntos para responder à urgência de prevenir surtos de febre amarela.”

África e Américas

Os especialistas da OPAS e do Escritório Regional para a África da OMS (AFRO) também apresentaram atualizações sobre a situação epidemiológica das regiões, bem como os progressos e desafios da implementação da EYE.

Mamoudou Djingarey, gerente da área de programas para gerenciamento de riscos infecciosos do AFRO, disse que ainda existem muitos empecilhos na implementação em escala da estratégia, incluindo a importância de “reconhecer o aumento dos riscos relacionados às epidemias de febre amarela como uma ameaça à segurança da saúde global e a necessidade de assegurar um suprimento de vacinas suficiente para atender à demanda mundial”.

Sylvain Aldighieri, vice-diretor de Emergências em Saúde da OPAS, apontou algumas das lições aprendidas e o cenário recente nas Américas.

“A imunização é a chave; a vigilância de epizootias permite antecipar casos em humanos com aproximadamente um mês de antecedência; é essencial garantir conhecimento atualizado para melhor gerenciamento clínico no nível de atenção primária à saúde; e, muito importante, nenhum vírus da febre amarela foi detectado nos mosquitos Aedes aegypti (o que poderia indicar uma transmissão urbana mais arriscada da febre amarela na região).”

Estratégia

A Estratégia EYE foi desenvolvida após o surto sem precedentes que atingiu Angola em 2016 e depois se espalhou para o país vizinho, a República Democrática do Congo. Foi a primeira vez que casos de febre amarela foram registrados na Ásia (11 trabalhadores chineses infectados em Angola retornaram à China).

A iniciativa foi desenvolvida em colaboração com mais de cinquenta parceiros para atingir países e regiões mais vulneráveis a surtos de febre amarela e combater o risco de epidemias urbanas, que aumentou devido a alterações na epidemiologia causadas por fatores como degradação ambiental e mudanças climáticas.

 

 

 

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