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Música no Ouvido Em MP3 Pode Causar Perda na Audição
17-08-2013 11:57:21 (4407 acessos) Tal como os antigos discmans, o MP3 pode causar surdez nos usuários. Quem está confirmando a perda parcial de audição é o médico Brian Fligor (EUA).

Fligor fez uma pesquisa para o departamento de Clínica Médica da Harvard Medical School. No estudo ficou comprovado que os fones menores são mais prejudiciais; justamente os equipamentos que acompanham o MP3. Minifones são mais efetivos do que os maiores, em 9 deciébis. "Pode não parecer muito, mas seria como comparar o barulho de um despertador [80 decibéis] ao de um cortador de grama [90 decibéis]".

Outro estudo, também citado pelo diário, mostra que os fones modernos não são tão eficientes quanto os antigos na hora de bloquear sons ambientes --o barulho dos carros em uma rua movimentada, por exemplo. Por isso, os usuários tendem a aumentar ainda mais o volume quando utilizam os pequenos acessórios. O Laboratório Nacional de Acústica em Sidney, na Austrália, afirma que 25% dos usuários de iPod mantêm em seus aparelhos um volume que pode causar problemas de audição a longo prazo.

A pesquisa, refere-se ao uso do toca-MP3 da Apple.

EM PORTUGAL MÉDICOS

FAZEM ALERTA PORQUE

SURDEZ É IRREVERSÍVEL

Conselhos dos adultos caem com frequência em orelhas moucas. Mas parece que não é irreverência - os putos estão mesmo a ouvir pior. Os médicos temem pela geração dos mp3, músicas em formato digital que os mais novos escutam em aparelhos próprios.

De auscultadores cada vez mais enterrados nos ouvidos, os jovens arriscam um futuro silencioso, com a perda irreversível de audição. Para os pais com filhos viciados no iPod (o mais popular leitor de mp3) fica o alerta. E os motivos para receio multiplicam-se. Afinal, a música portátil atingiu dimensões nunca vistas. Longe estão os dias do velhinho walkman que, desde 1979, quando surgiu, conquistou uma geração.

Atualmente, o advento dos aparelhos digitais, que aliam maior qualidade do som, capacidade de armazenar centenas de músicas e baterias que duram horas a fio (já há as que chegam às 20 horas), fez crescer o número de adeptos destas pequenas maravilhas, cujo volume máximo varia com a qualidade da gravação. Mas, em média, o iPod atinge 112 decibéis (db). Mais do que uma motosserra (100 db) e muito mais do que os 80 db considerados seguros para o ouvido humano.

A surdez é um dos preços a pagar. "A música começa a ganhar espaço na surdez induzida pelo ruído", confirma Alberto Santos, otorrinolaringologista no Hospital de Santa Maria. "A mais frequente continua a ser a surdez profissional. Nesta, a causa mais comum tem a ver com o manuseamento de armas de fogo (caçadores, polícias), mas a música alta surge logo em seguida."

A tudo isto junta-se ainda a nova moda de auscultadores, com um design que os permite enterrar cada vez mais fundo no interior do ouvido. "O nosso pavilhão auditivo tem este formato para que o som seja amortecido e não incida directamente sobre o tímpano. Estes auscultadores podem provocar problemas graves porque o som chega lá direitinho."

RECUPERAÇÃO DIFÍCIL

Nos Estados Unidos, um grupo de especialistas da Universidade de Northwestern revelou a sua preocupação com este tipo de aparelhos, depois de ter assistido jovens com problemas auditivos típicos de pessoas de idade. E não têm dúvidas. "Com os níveis de som de 100 db, são suficientes 15 minutos de música para começar a perder audição."

Controlar o tempo de exposição à música e não ceder à tentação de levar o volume ao máximo podem evitar o pior. "A partir de determinada intensidade surgem danos no ouvido interno, uma área nobre e onde é muito difícil haver recuperação", refere Alberto Santos. A melhor forma de evitar, acrescenta, são os intervalos. "O nosso ouvido tem a capacidade de se defender, se tiver tempo para isso. Um pequeno intervalo sem ruído pode ser suficiente para o proteger." Porque o risco de perder a audição é real, o especialista pede bom senso e educação para o uso correcto dos aparelhos. "Se os usarmos mal, nunca mais vamos ouvir com clareza. Perde-se o colorido da audição - como se, de repente, deixássemos de ver a cores e passássemos a ver tudo a preto e branco."

TRANSPOSIÇÃO BEM ENCAMINHADA

Portugal, à semelhança do que acontece com os restantes países da União Europeia, tem até 15 de Fevereiro para transpor para a legislação nacional a Directiva 2003/10/CE do Parlamento Europeu, que estipula os 87 decibéis como o limite máximo de exposição diária ao barulho no local de trabalho.

O objectivo é claro: proteger os trabalhadores contra o ruído excessivo. Uma transposição que, de acordo com fonte do Ministério do Trabalho e da Segurança Social, deverá cumprir o prazo previsto. No entanto, a mesma fonte não exclui a possibilidade de dificuldades, tendo em conta o carácter de complexidade técnica do diploma.

Segundo dados da Agência Europeia para a Segurança e a Saúde no Trabalho, estima-se que mais de 60 milhões de trabalhadores - o equivalente à população da França - estejam expostos a altos níveis de ruído durante mais de um quarto do tempo laboral, o que pode originar problemas de saúde graves.

MÚSICOS SÃO VÍTIMAS DO BARULHO

Peter Townshead, 60 anos, guitarrista da banda Who, não tem dúvidas - a sua audição já não é o que era e a culpa é toda, garante, do ruído. Ou melhor, do som elevado que chegou mesmo, em 1976, a dar à banda onde tocou o título de mais barulhenta quando, durante um concerto, a música chegou aos 120 decibéis (mais do que o som produzido por um martelo pneumático).

Como ele, um terço dos músicos de orquestra em todo o mundo sofre devido ao barulho elevado, a que se juntam outros nomes mais ^rockeiros^ como Phil Collins, Neil Young, Sting, Mick Fleetwood ou Eric Clapton. Os músicos portugueses também não escapam. Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, não sabe até que ponto os seus ouvidos ficaram afectados com os anos de trabalho na música. "Mas sinto que não estão a cem por cento e um dos meus colegas de banda já teve mesmo de fazer tratamentos", conta ao CM.

António Paiva, presidente da Sociedade Portuguesa de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-facial, confirma que "os músicos são particularmente atingidos pelo ruído, já que estão expostos a barulho de alta intensidade durante bastante tempo". E muitos destes problemas são mesmo irreversíveis. Por isso, o especialista aconselha a protecção.

O uso de uma espécie de tampões no interior do ouvido, com um filtro que corta os ruídos mais intensos, torna-se obrigatório para quem trabalha lado a lado com o ruído, havendo mesmo campanhas internacionais que aconselham o seu uso junto dos músicos de rock.

MÚSICA PORTÁTIL: PASSADO

E PRESENTE WALKMAN

A música portátil nasceu no final dos anos 70. De origem japonesa, o walkman permitia ouvir música, em forma de cassetes, ao mesmo tempo que se podiam realizar todo o tipo de tarefas. Um feito inédito até então, suficiente para conquistar uma geração.

DISCMAN

Das cassetes aos CD foi um pequeno passo. Antes ainda do final dos anos 80, a Sony lançava uma novidade que rapidamente deixou o walkman para trás. O primeiro leitor portátil de CD, o D-50, conquistou o mundo e tornou-se a grande novidade dos anos 90.

MINIDISC

Foi o aparelho que se seguiu, mas não conseguiu alcançar na Europa e Estados Unidos o mesmo sucesso conseguido na pátria, o Japão. Trata-se de um sistema de armazenamento baseado num disco, uma tecnologia anunciada pela Sony em 1991 e introduzida em 92.

MP3

O desenvolvimento do sistema mp3 começou em 1987, na Alemanha. Tornou-se realidade em 1999 e, desde então, a sua popularidade tem vindo a subir. Em 2005, as vendas de mp3 cresceram 200 por cento e só a Apple já vendeu mais de 20 milhões de iPods no mundo.

TELEMÓVEIS

Há muito que o telefone deixou apenas de servir para fazer chamadas. Hoje, a possibilidade de ouvir música via telefone móvel é uma realidade, assim como é também possível fazer o ^download^ de canções directamente da internet, muitas vezes sem qualquer custo.
 

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