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Pesquisadores querem testagem em massa e Fiocruz anuncia 2,4 milhões

07-05-2020 13:37:32 (761 acessos)
Testagem em massa da população como estratégia de combate à pandemia de Covid-19 ou coronavírus, foi o apelo deixado por especialistas e pesquisadores que estiveram discutindo (por videoconferência) o enfrentamento da doença, com parlamentares, na câmara Federal, em Brasília. Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), anunciou que já em maio a capacidade de produção de testes moleculares chegará a 2,4 milhões. Mas indicou que há "gargalos".

 


Especialistas ouvidos pela comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha ações de combate ao coronavírus foram unânimes em defender a testagem em massa da população como estratégia de combate à pandemia de Covid-19. Em reunião realizada por videoconferência nesta quarta-feira (6), alertaram, porém, sobre a possibilita de falso negativo dos chamados testes rápidos.

Os testes moleculares (ou RT-PCR), feitos a partir da coleta de mucosa do nariz e da garganta, possibilitam a detecção do vírus já nos primeiros dias da doença. Já os testes rápidos (ou sorológicos), feitos a partir da coleta de sangue, detectam anticorpos - ou seja, se a pessoa já teve contato com o vírus -, mas apenas cerca de dez dias após o contato.

Marco Krieger, vice-presidente de Produção e Inovação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), informou que a capacidade de produção de testes moleculares pela fundação foi ampliada de 58 mil, em março, para 1,2 milhão de testes em abril. Para maio, a expectativa é a produção de 2,4 milhões de testes moleculares. Porém, superada a dificuldade de ampliar a capacidade de produção - com a possibilidade de realizar 10 mil testes por dia no Brasil -, ele afirmou que há outros gargalos.

Em primeiro lugar, segundo Krieger, é preciso formular estratégia para a

testagem da população, apontando grupos prioritários. Em segundo lugar,

acha necessário desenvolver sistemas de coleta e logística para que

as amostras cheguem às centrais da Fiocruz de análise dos testes. No

estado do Rio de Janeiro, por exemplo, há cinco unidades de análise.

Processamento das amostras


Rivaldo Venâncio da Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde da Fiocruz, acrescentou que outro gargalo é o processamento das amostras tanto em laboratórios públicos quanto privados. Conforme ele, o processo de passar a amostra do tubo de coleta (amostra primária) para um tubo menor (amostra secundária), que será inserido no equipamento de análise, é muito delicado, com risco de infecção dos trabalhadores. Isso exige a contratação de muita mão de obra especializada, além de espaço físico. “Até porque parte dos trabalhadores tem adoecido e ficado afastado”, disse. Segundo Marco Krieger, resolvidos todos os gargalos apontados, 40 mil testes poderiam ser realizados por dia.

Outro problema, segundo Rivaldo, é a exigência legal de que a amostra venha acompanhada do CPF do paciente. Ele alertou que a maior parte da população não tem carteira de motorista com CPF, e não acessa o número quando está passando mal. “Corremos o risco de criar gargalo adicional”.

Testes rápidos


Presidente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), Wilson Shcolnik destacou que cerca de 15 laboratórios privados também já realizam testes moleculares. Ele estima que de 20 a 25 mil exames estejam sendo feitos por dia nesses laboratórios. Entretanto, chamou atenção para o gargalo do compartilhamento de informações com as secretarias de Saúde. Segundo ele, os laboratórios iniciaram contato com o Datasus para enviar dados para as redes de saúde, mas o processo não está finalizado. Portanto, muitos dos dados dos laboratórios privados não fazem parte das estatísticas oficiais.

 
Falsos negativos

Schcolnik foi um dos que chamou a atenção para os possíveis problemas

dos testes rápidos. Os falsos negativos, apontou, podem levar pessoas a

voltar a circular normalmente, podendo infectar outras. Supervisor médico

do Laboratório de Biologia Molecular da Santa Casa de Misericórdia de

Porto Alegre, Alessandro Pasqualotto salientou que colher o sangue muito cedo é o

problema no caso desses testes. Apenas depois de duas semanas, ele considera a coleta segura.

Rivaldo Venâncio, da Fiocruz, acredita que falta uma orientação adequada sobre o melhor dia para uso do teste a partir do início dos sintomas. “A partir do 10 dia, por exemplo, a possibilidade de detecção de anticorpos será muito maior”.

 

 

Fonte: Agência Câmara
 

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