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Vírus corona aumenta em 35% a síndrome do olho seco

16-06-2020 21:20:19 (739 acessos)
Entre cada 10 portadores de olho seco, 7 convivem com a doença e nem imaginam. Descoberta só acontece durante exame oftalmológico de rotina. Mas a deficiência tem sintomas bem aparentes em pelo menos 30% dos casos: sintomas são: vermelhidão, ardência, visão embaçada, coceira, e maior sensibilidade à luz. E o problema alcança 12,8% das mulheres, geralmente automedicadas pela usual aplicação de colírios que não dão resultado algum. Preste atenção no que ensina o médico Leôncio Queiroz Neto.

 


"A lágrima protege nossos olhos de todo tipo de patógeno, inclusive do novo

coronavírus, Sars-Cov-2". É o que diz o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto,

do Instituto Penido Burnier de Campinas, São Paulo. Revela que 7 em cada 10

portadores de olho seco, convivem com a doença e nem imaginam. Isso porque, são

assintomáticos e só descobrem que têm a deficiência durante exame oftalmológico

de rotina. Nos outros 30% os sintomas são: vermelhidão, ardência, visão embaçada,

coceira, e maior sensibilidade à luz.  O Dews II (Dry Eye Workshop Society), relatório

desenvolvido por 150 oftalmologistas do mundo todo, revela que a prevalência

global varia de 5% a 50%, sendo mais frequente em países asiáticos.  

No Brasil a estimativa é de que 12,8% da população, na proporção de três mulheres para cada homem, têm olho seco, salienta. Queiroz Neto afirma que entre os pacientes sintomáticos 20% pensam que olho seco é um mal menor, fazem tratamento por conta própria e chegam ao consultório com um saco de colírios que não funcionam. “No exame oftalmológico conseguimos diferenciar o tipo de olho seco para tratar com o colírio correto que hoje graças à inteligência artificial temos conseguido melhores resultados” afirma.

O especialista alerta que as alterações na lágrima podem causar redução permanente da visão.  “É uma doença multifatorial, causada pelo desequilíbrio em uma das camadas do filme lacrimal”, afirma.

A externa é a lipídica produzida pelas glândulas de Meibômio localizadas na borda das pálpebras. A camada lipídica, explica, tem duas funções:  manter a lágrima suspensa na superfície do olho e evitar a evaporação da camada intermediária que é a aquosa. Esta responde pelo controle de patógenos e oxigenação da córnea. A interna é a proteica que permite a distribuição uniforme do filme lacrimal na superfície do olho. “Os colírios contêm substâncias com efeitos diferenciados. Deixar de usar um lubrificante impróprio pode ser melhor que hidratar os olhos com colírios que aumentam a irritação e tornam os olhos mais vulneráveis”, comenta.

Pesquisa

Estudo realizado na China durante a pandemia, com 54 participantes afetados pela Covid-19, mostra que a infecção aumentou em 35% a incidência de olho seco. Indica que antes da contaminação 20% tinham a disfunção lacrimal e depois de infectados este índice saltou para 27%. Os pesquisadores afirmam que embora o estudo não seja conclusivo, identificou o receptor ACE2 do novo coronavírus na córnea (lente externa do olho) e na conjuntiva, membrana que recobre a parte branca do olho.

O nível de ACE2 na superfície do olho é menor que o encontrado no pulmão e coração, mas foi suficiente para aumentar o olho seco. Os cientistas também destacam que só um paciente que já tinha passado por cirurgia de pterígio desenvolveu conjuntivite, sinalizando que olhos íntegros têm menor chance de inflamar durante a pandemia.

Diagnóstico

Queiroz Neto afirma que o olho saudável tem as três camadas da lágrima em equilíbrio. A deficiência em qualquer uma delas facilita a contaminação por Sar-Cov-2 e outros vírus que podem causar conjuntivite.  O especialista conta que hoje o diagnóstico é feito por imagens que facilitam a adesão ao tratamento, inclusive de pacientes assintomáticos.

Para se ter ideia, a plataforma permite ao paciente acompanhar com o oftalmologista tanto as alterações do filme lacrimal, como as das pálpebras e glândulas de Meibômio. O oftalmologista ressalta que 86% dos portadores de olho seco têm desconforto ocular crônico provocado por disfunção das glândulas de Meibômio, 14% por deficiência aquosa do filme lacrimal e menos de 1% por deficiência da camada proteica.

Tratamento

Queiroz Neto esclarece que o tratamento é modulado de acordo com a fase da doença. Em casos leves a prescrição pode incluir lágrima artificial, medicação sistêmica, adição na dieta de fontes de ômega 3 encontrado na sardinha, bacalhau ou salmão, massagem e higienização das pálpebras com xampu infantil de PH neutro.

O especialista diz que as recomendações terapêuticas da DEWS para casos moderados são:  oclusão dos pontos lacrimais com plugs, óculos de câmera úmida, anti-inflamatório e ômega 3.

A terapia mais indicada para olho seco severo é a luz pulsada que

deve ser aplicada na pálpebra superior e inferior visando ativar a

produção da camada lipídica da lágrima pelas glândulas de Meibômio.

Queiroz Neto afirma que a terapia também melhora a alimentação

das glândulas mediante estímulo da   inervação do nervo trigêmeo

nos ramos oftálmicos e maxilar. Um terceiro benefício é a

desobstrução glandular através da remodelação do tecido conjuntivo.

 O tratamento, observa, inclui 3 sessões em intervalos de 15 dias.  Queiroz Neto conta que criou um dispositivo para ser usado diariamente em casa durante o tratamento.  Trata-se de um óculos/compressa preenchido com grãos de arroz que deve ser aquecido no micro-ondas por 3 minutos antes de ser colocado sobre os olhos  O médico  conta que esta simples inovação no consultório tornou o resultado do tratamento mais efetivo

 

 

Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
 

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