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Faça testes de hepatites virais e fique livre de câncer do fígado

08-10-2021 21:28:52 (538 acessos)
Testagem para as hepatites B e C em maiores de 40 anos de idade, vacinação contra a hepatite B, bons hábitos de vida como evitar consumo abusivo de álcool e gordura, que está muito associada à obesidade e ao diabetes. São medidas que as pessoas devem adotar, de forma disciplinada, para evitar doenças como cirrose e o principal agravamento que é o câncer de fígado. Atitude primeira em defesa da saúde é correr para fazer exames, que no momento, por causa da pandemia, demoram devido a demanda.

 


De acordo com o Instituto Brasileiro do Fígado (Ibrafig), câncer de fígado é o tipo mais frequente de câncer no Brasil e o terceiro mais letal.

Paulo Bittencourt, epatologista e presidente do Instituto, explica que grande parte do câncer primário de fígado é causada pelas hepatites virais, principalmente B e C. “São doenças tratáveis e preveníveis. A gente pode falar que grande parte da população brasileira negligencia a prevenção de um dos principais tipos de câncer, que é o câncer de fígado”.

Hepatites virais são responsáveis por metade dos casos de câncer primário de fígado, o carcinoma hepatocelular. São doenças que têm possibilidade de testagem e tratamento  gratuitos na rede pública, inteiramente fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar dessa facilidade, maioria dos brasileiros não procura testar5 porque não sente dor. 

Doenças silenciosas

Lemkbra o médico que o perigo é que essas doenças são silenciosas. Tanto as hepatites virais como o câncer de fígado em estágio inicial não provocam nenhum tipo de sintoma. “O câncer de fígado, quando se manifesta, do ponto de vista clínico, geralmente já está em fase muito avançada, onde o tratamento curativo não é mais possível.”

Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) mostram que 70%, ou dois terços de pessoas com câncer primário de fígado no Brasil, já têm diagnóstico na fase terminal, com média de sobrevida de apenas três meses. “Ou seja, as pessoas não fazem o teste que é recomendado para todo mundo acima de 40 anos, que é a hepatite C, principal causa de câncer primário de fígado, porque não têm sintomas, mas não sabem que a doença pode ser inteiramente silenciosa e, quando se manifesta, já pode estar associada a uma redução importante de sobrevida e de impossibilidade de tratamento curativo.”

Tratamento do câncer 

O hepatologista disse que é um engano da população pensar que o câncer de fígado é gerado pelo alcoolismo e pelo tabagismo. Admitiu que quem não bebe e quem não fuma tem risco menor, por exemplo, cirrose, e, até mesmo, câncer de fígado. Afirmou, no entanto, que a principal causa são as hepatites virais, as doenças silenciosas. 

O câncer de fígado, se diagnosticado em estágio precoce, pode ser tratado por cirurgia, por radiologia intervencionista e, se o indivíduo tiver cirrose, por transplante de fígado. No caso de diagnóstico tardio, não há tratamento terapêutico, só cuidados paliativos. “Isso, infelizmente, está acontecendo com dois terços dos brasileiros que têm esse diagnóstico.”

Covid-19 piorou tudo

Bittencourt afirma que a pandemia piorou tudo. O Brasil tem um plano de eliminação das hepatites virais junto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cuja linha de cuidado é inteiramente financiada pelo SUS, incluindo testagem e tratamento. “Mas houve um impacto negativo absurdo com a pandemia”. Acho que a gente vai colher os frutos disso nos próximos anos.”

Devido ao distanciamento social, muitas pessoas não foram fazer exames preventivos. De acordo com Médico, o câncer de fígado acomete, na maioria das vezes, quem tem cirrose, Essas pessoas devem fazer rastreamento com ultrassom de nódulos a cada 6 meses. “Isso foi inteiramente desarticulado na pandemia. Quem não fez os exames preventivos e as consultas nos últimos dois anos, quer fazer agora tudo de uma vez. Com isso, os laboratórios públicos estão todos abarrotados e não vai ter vaga para atender todo mundo. A consequência é o aumento de brasileiros com câncer de fígado. E de pacientes com câncer de fígado em fase avançada”, admitiu. O mesmo deve ocorrer para outros tipos de câncer.

A frequência de casos de câncer primário de fígado, diagnosticados no Brasil, alcança 8 mil pessoas por ano, enquanto os casos novos anuais de cirrose no País, atingem entre 20 mil e 30 mil. São dados do Datasus. A tendência é aumentar esses números. Bittencourt informou também que na hipótese de diagnóstico na fase inicial, há chance de cura entre 50% e 70%, em 5 anos de sobrevida.

Campanha

Instituto Brasileiro do Fígado participa do lançamento de campanha mundial para conscientização sobre doenças do fígado, dia 13 de outubro. Nas redes sociais, o Instituto já está esclarecendo a população sobre os fatores de risco para o câncer de fígado.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 296 milhões de pessoas vivem com hepatite B no mundo e 58 milhões vivem com hepatite C1. "A hepatite C tem cura e a hepatite B tem vacina eficaz e segura", lembrou Bittencourt.

O Ibrafig faz parte da força tarefa global para eliminação das hepatites virais até 2030 pactuada entre a Organização Mundial da Saúde (OMS). Está integrado em campanhas públicas de conscientização sobre câncer de fígado desde 2021 como paarte da International Liver CâncerNetwork.

Com esses propósitos, mantém à disposição da população o número de telefone 0800 882 8222, para informações sobre locais de testes para hepatites virais pelo SUS, envio de material educativo e formas de prevenção de doenças do fígado.

 

 

Fonte: Ibrafig e Agência Brasil
 

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