Para o governador, a lei reconhece a importância dos casais não só para as escolas, como para a cultura fluminense. “Os mestres-salas e as porta-bandeiras são mais do que os guardiões da folia. Assim como outros elementos emblemáticos das escolas que desfilam na Sapucaí, eles também representam o espírito do Carnaval”, disse.
A nova legislação de autoria do deputado estadual Rodrigo Amorim (PSL) prevê ainda apoio de órgãos do poder Executivo à iniciativas de valorização e divulgação deste bem imaterial.
Calendário oficial do Rio de Janeiro conta com uma data de comemoração de figuras de destaque nas agremiações. O Dia Nacional do Mestre-Sala e da Porta-Bandeira é celebrado em 24 de novembro.
Vilma, a hsitória do carnaval, é o verdadeiro símbolo da atuação desse que é um dos quesitos mais disputados na apuração para saber qual escola de samba se saiuu melhor na avenida. As roupas luxuosas precisam estar de acordo com o enredo e são preparadas especialmente para não impedir o bailado na passarela.
A primeira vez que Vilma desfilou foi aos 7 anos, no Bloco Unidos da Dona Clara - rua de Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Fez estreia como porta-bandeira aos 13 anos na Escola de Samba União de Vaz Lobo, também na Zona Norte. Em 1957 iniciou na Portela, onde se tornou destaque.
Desfile da União da Ilha, apresentações do Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio, na Sapucaí. Foto Tânia Rêgo, Agência Brasil.
Anos se passaram e na década de 1980, Vilma foi para a Tradição, dissidência da azul e branco de Oswaldo Cruz. Foi lá que mais uma vez fez história. Preparou o afilhado, o mestre-sala Júlio César da Conceição Nascimento, o Julinho. Emocionado, o jovem realizou o sonho de desfilar com a madrinha de batismo em plena Marquês de Sapucaí. “Eu fui orientando, botando ele do meu jeito. Fui eu que projetei ele”, contou Vilma.
Ser porta-bandeira na família de Vilma é sinônimo de encontro de gerações. A filha Danielle também seguiu os passos da mãe e é porta-bandeira na União da Ilha. Compôs o casal com Julinho quando Vilma deixou a função. A neta Camyla é segunda porta-bandeira da Portela; e a bisneta Clarice, terceira da Tradição. Todos seguem os passos de Vilma. “Para mim isso é muito gratificante e importante porque deixa uma boa lembrança porque já não danço mais. Valeu a pena? Digo que valeu.”
Beija-flor no Sambódromo, Desfile das Campeãs, com o enredo sobre o mineiro Marquês de Sapucaí. Foto Tomaz Silva, Agência Brasil.
Nos últimos anos, além de entrar na avenida como destaque no início do desfile da Portela, Vilma esteve presente ao lado da filha nas apresentações do casal. “É uma emoção forte. Muito bom ver ela dançar, porque a Danielle é incrível na avenida. Ela não gosta de quadra, gosta é de avenida. Igual a mim, tanto é que eu vou para a avenida. Quero ver todas as escolas de samba”, completou sorrindo. Lembra que mesmo no ano em que precisou fazer uma cirurgia na cabeça, pouco tempo antes do carnaval, foi para a Passarela do Samba e desfilou na Portela, acompanhando a filha na escola Paraíso do Tuiuti. “Fui para a avenida com os pontos na cabeça. Foi muito bom. Foi emocionante”.
Atualmente Julinho forma um dos casais mais longevos na Sapucaí. A parceria com a porta-bandeira Rute começou em 2008. Já passaram pela Vila Isabel e pela Unidos da Tijuca e desde 2018 estão na Viradouro.
Fonte: Agência Brasil
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