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Capoeira não é a única herança da escravidão de negros no Brasil

Capoeira não é a única herança da escravidão de negros no Brasil
16-05-2022 13:01:58 (251 acessos)
Capoeira não é a única herança dos negros escravizados no Brasil. Apesar dos benefícios dessa prática desportiva, a maior riqueza que continua dando lucros, é a persistente luta por direitos e de modo fundamental, a liberdade. É a Capoeira uma espécie de referência cultural, porque tem música, dança e influi nas artes de tal forma que tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, reconhecida oficialmente pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura).

 


Porque reunia de modo afetivo os negros que não possuíam qualquer direito, portanto risco aos "proprietários," a Capoeira ficou proibida durante muitos anos. Só acontecia nas rodas e soob vigilância parta evitar represália. Foi um movimento que na essência, continua interesses libertários. A exemplo de Murehei Uershiba, precursor do Ai-Ki-Do, no Japão, um capoeirista era ao mesmo tempo um professor de defesa pessoal e um libertador. Com os golpes certeiros de pés, cabeça e braços, vencia fácil os agressores.

Ronaldo Santos Rosa, considera a Capoeira uma grande arma de propaganda para o Brasil no exterior: “é o maior agente de língua portuguesa, eu já vi um japonês, no Japão, cantando em Português porque praticava capoeira”.

Essa manifestação que tem como fundamento a habilidade usando o corpo, funcionou e continua espalhando benefícios. Só não conseguiu superar a ignorância dos segregantes. Na abolição da escravatura, havia uma expectativa de inclusão social por parte da população negra. E não foi o que aconteceu. Mas com esse evento, também começou a surgir um movimento de ajuda aos negros. Surgiram atividades coletivas como a Irmandade dos Homens Pretos, de Salvador, Bahia. Foi responsável pela construção da Igreja do Rosário dos Pretos, símbolo do sincretismo religioso no Pelourinho, na Capital.

Antes mesmo da abolição, a Irmandade já se movimentava para dar apoio à comunidade negra. “A irmandade começa a angariar fundos para comprar a liberdade de negros escravizados e também para poder cuidar do sepultamento deles”, explica William Justo, primeiro-secretário da Irmandade, que existe até hoje.

Há 134 anos, a escravidão no Brasil era abolida. O país foi o local

na América que mais recebeu negros cativos: 4,86 milhões de

africanos escravizados, entre os séculos 16 e 19, segundo o

Banco de Dados do Comércio Transatlântico de Escravos, que

contém informações de mais de 35 mil viagens de navios

negreiros. Mas até hoje, a escravidão ainda ecoa na sociedade brasileira.

Principais pontos de partida de um negro escravizado para o Brasil eram Rio de Janeiro e Salvador. São locais onde até hoje a cultura afrodescendente é forte. Na Bahia, muitos negros foram levados para o interior, à cidades como Feira de Santana. Foi lá que fez história Lucas da Feira, um escravo fugitivo. Precursor do cangaço, formou um bando que aterrorizou a região e ousou a desafiar o sistema da época para viver em liberdade.

Lucas acabou sendo preso pela polícia e morto enforcado em 1849. Mas ainda é uma figura que simboliza em Feira de Santana a rebelião contra o sistema escravocrata. “Eles estavam lutando contra uma estrutura violenta e essa era uma reação a essa estrutura, que tentou tirar dele o direito de ser humano e de ser livre”, explica a historiadora Eliane de Jesus Costa.

Na história pela liberdade, também entram os quilombos, sempre lembrados pelo icônico Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi, que chegou a reunir 20 mil escravos fugidos no interior de Alagoas. A historiadora Railma dos Santos veio de uma comunidade remanescente de quilombo, na Bahia, e explica que várias tradições saíram desses locais. “São tradições que perpassam a escravidão e a experiência negra rural do Brasil, como o samba de roda, a bata do feijão, entre outros”, conta.

 

 

Fonte: TV Brasil
 

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