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Serrarias do Brasil empregam 200 mil, mas tem máquinário obsoleto

Serrarias do Brasil empregam 200 mil, mas tem máquinário obsoleto
[foto] - Serrarias na Amazônia não são produtivas e devem ser evitadas

07-05-2024 20:43:20
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Apesar de ser das "mais produtivas do mundo," as florestas do Brasil enfrentam desafios devido ao "maquinário obsoleto e mão-de-obra mal formada." É a opinião do pesquisador Laerte Scanavacca Junior, publicada em trabalho científico no Brazilian Journal of Agriculture. Mas a indústria que explora a madeira como mobiliário tem potencial econômico e domina 17,7% do consumo do produto plantado e gera mais de 200 mil empregos, que significa 35% do total.

 


Scanavacca Júnior, que assina a pesquisa na Revista Cientifica Brazilian Journal of Agriculture, faz parte da EMBRAPA Meio Ambiente. No estudo aponta os desafios da produção e exploração madeireira e dá soluções, sobretudo no setor moveleiro. Afgirma que "as florestas brasileiras estão entre as mais produtivas do mundo, com boa matéria-prima." PAra aproveitamernto desse potenciall, defende "ajustes para o setor de móveis, como desgalhamento e aumento do ciclo de rotação de 20 a 30 anos." O setor conta também com boa infraestrutura e tecnologia em termos de secagem de madeira.

Micro e pequenas empresas fabricantes de móveis, geram quase 200 mil empregos e fixam a mão de obra no campo. Entretanto, o maquinário obsoleto e mão de obra mal formada são os responsáveis pela baixa rentabilidade do setor, de acordo com Scavanacca. “Nosso rendimento em madeira serrada hoje é de cerca de 60% com Pinus spp., 50% com Eucalyptus spp. e 35% com as nativas. Isso tem que ser melhorado.” 

Diz o pesquisador que é preciso parar com a exploração madeireira em

floresta nativa, principalmente na Amazônia porque tem baixo rendimento (35%).

São aproveitadas somente 10% das árvores derrubadas, isto é, para cada árvore

que chega à serraria, outras 9 árvores são deixadas no campo para apodrecer.

Além disso, alerta o pesquisador, é muito caro (70 a 80% do custo da madeira) o transporte para tirar esta madeira da Amazônia e trazer para os principais centros consumidores, como São Paulo. Significaa que a exploração de produtos não madeireiros, como fármacos, frutos, sementes, entre outros, é muito mais rentável e não interfere nos serviços ambientais - regulação do fluxo de água, manutenção da temperatura e umidade, suporte para vida selvagem e as comunidades e povos da floresta, enfatiza Scanavacca 

Há vários polos produtores de móveis no Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, com cadeia montada ou muito bem estruturada. Para o pesquisador é preciso adquirir equipamentos mais eficientes para o País ser protagonista também neste setor, uma vez que hoje o Brasil ocupa o 6º lugar na produção mundial de móveis. 

“No estado de São Paulo, por exemplo, explica Scanavacca, vários Hortos do Instituto Florestal foram doados ou transferidos para a Universidade de Estadual Paulista - Unesp. Em Itapetininga por exemplo, o Horto Florestal com mais de 6 mil hectares foi doado à Unesp, que poderia fazer uma parceria com a Faculdade de Tecnologia - Fatec e o Centro Paula Souza, para oferecerem cursos de eficiência industrial, desenho de móveis, curso de carpintaria, curso de marcenaria, gestão industrial voltada para móveis, por exemplo”. 

Para o pesquisador, chegou a hora de dar um passo rumo ao desenvolvimento, uma vez que há conhecimento, infraestrutura razoável e potencial de crescimento, não só em São Paulo, como em vários polos nas regiões Sul e Sudeste. 

 

 

Fonte: EMBRAPA, Cristina Tordin
 

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