Só o açúcar registrou queda de 60% nas exportações e os óleos vegetais, caíram 25%.
Este é o quadro traçado por Fernanda Maciel, diretora-adjunta de Relações Internacionais da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que participou (250924), de audiência pública na Comissão Temporária Externa do Senado, para Interlocução sobre as Relações Econômicas Bilaterais com os Estados Unidos (CTEUA).
A comissão discutiu os desdobramentos da investigação conduzida pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), amparada na Seção 301 da Lei de Comércio norte-americana, contra o Brasil. A audiência foi solicitada pela relatora da comissão, senadora Tereza Cristina (PP-MS), e reuniu economistas, diplomatas, consultores e representantes do governo, da indústria e da agricultura.
Diretora-adjunta de Relações Internacionais da CNA, Fernanda Maciel, valorizou os Estados Unidos como parceiro comercial do agronegócio brasileiro. País é o terceiro principal destino das exportações do setor, e absorve 7,4% de tudo o que o Brasil vende ao exterior, o que correspondeu a US$ 12 bilhões em 2024.
Do total do comércio bilateral, cerca de 30% envolvem produtos agropecuários. Entre os principais itens exportados estão celulose, suco de laranja, carne bovina in natura e açúcar de cana.
Fernanda também chamou a atenção para os setores mais sensíveis às medidas norte-americanas, como carne bovina industrializada e in natura, café verde, etanol, suco de laranja e celulose.
"Produtos de menor volume, mas altamente dependentes do mercado norte-americano, como mel, manga e pescados, também podem sofrer grandes impactos."
Efeitos maléficos sentidos
A diretora-adjunta também afirmou que os efeitos da nova ordem executiva dos EUA, publicada em setembro, já são sentidos pelo setor.
"Entre janeiro e julho de 2025, as exportações brasileiras chegaram a US$8 bilhões e superaram os volumes registrados nos últimos três anos. No entanto, após a entrada em vigor das tarifas em agosto, o desempenho caiu para níveis inferiores à média do período anterior", ressaltou.
"Em muitos casos, importadores precisaram renegociar contratos ou reduzir margens de lucro para manter compromissos, enquanto setores como a carne bovina buscaram diversificar mercados, especialmente no Chile e no Oriente Médio".
Fernanda ainda reforçou a defesa da CNA no processo da Seção 301, e a relevância da competitividade do agro brasileiro baseada em recursos naturais, inovação e conformidade regulatória, além do compromisso com as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC) e com um marco ambiental robusto.
Comércio justo entre os países
"É fundamental garantir tratamento comercial justo com os Estados Unidos. O Brasil tem mostrado que é um parceiro confiável, que cumpre regras internacionais e oferece produtos de qualidade. O setor agropecuário brasileiro não busca privilégios, mas condições de concorrência equilibradas." Assim falou a representante da CNA.
Além da CNA, participaram da audiência o economista Marcos Prado Troyjo; o diplomata e consultor Roberto Carvalho de Azevêdo; o advogado e consultor Welber Barral; o diretor do Departamento de Política Comercial do Ministério das Relações Exteriores; Fernando Meirelles de Azevedo Pimentel, a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Tatiana Prazeres e a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri Biasutti.
Fonte: CNA, Assessoria de Coimunicação
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