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Atraso escolar atinge 7 milhões de estudantes no Brasil. Soluções.

01-09-2018 21:27:36 (2335 acessos)
No Brasil, há 35 milhões de estudantes matriculados no ensino fundamental e no médio. Desses, mais de 7 milhões vão à escola, mas estão em situação de distorção idade-série, ou seja, têm além de dois anos de atraso escolar. A situação atinge quase 5 milhões no fundamental e 2 milhões no médio. Dedução é que o direito de aprender é negado a muitos.

 


A partir do desafio de construir trajetórias de sucesso escolar na educação básica brasileira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) lança (180829) o estudo “Panorama da distorção idade-série no Brasil“. Documento faz um diagnóstico do atraso escolar por etapa de ensino na educação básica, por cor, raça e gênero, por regiões brasileiras, áreas rural e urbana e outros recortes territoriais. Também analisa a situação de crianças e adolescentes com deficiência.

“Estar na escola não é suficiente. Garantir o direito à educação significa ofertar oportunidades reais de aprendizagem relevante para todos, sem deixar ninguém para trás. Os mais afetados pelo atraso escolar são meninas e meninos vindos das camadas mais vulneráveis da população, já privados de outros direitos. Por isso, é urgente desenvolver estratégias específicas para alcançar esses diferentes grupos populacionais”, ressalta a representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer.

A partir do estudo, o UNICEF verificou que o ensino médio

é a etapa da educação básica em que há o maior

percentual de estudantes com dois ou mais anos

de atraso escolar. São pelo menos 2,2 milhões de

adolescentes em situação de distorção idade-série,

o que corresponde a 28% dos estudantes dessa etapa.

A distorção idade-série ocorre de forma desigual no território brasileiro. O indicador é, em particular, mais elevado nas regiões Norte e Nordeste, com 41% e 36%, respectivamente. As populações indígenas e negras tendem a ser as mais afetadas no que se refere à taxa de distorção idade-série. Enquanto 12,6% dos estudantes brancos nas zonas urbanas estão com dois ou mais anos de atraso escolar, esse indicador chega a 29,4% entre os negros e 33,1% em indígenas.

Na zona rural, o padrão da desigualdade se agrava mais, tanto entre os negros e indígenas, estando 35,7% e 44,7%, respectivamente, como entre os brancos, com 18,2%. As diferenças de gênero afetam significativamente a trajetória escolar. A situação é mais grave no 6º ano, com 50% dos meninos e 30% das meninas matriculados em escolas na zona rural em atraso escolar.

O documento ainda aponta caminhos para reverter o cenário que imobiliza milhões de crianças e adolescentes no Brasil em um ciclo de fracasso escolar. Entre os próximos passos para garantir trajetórias de sucesso escolar, o UNICEF sugere realizar diagnósticos precisos da situação da distorção idade-série em nível municipal e estadual, a partir dos dados do Censo Escolar que estão organizados e disponibilizados pelo UNICEF no site www.trajetoriaescolar.org.br.

A partir desses diagnósticos, a agência da ONU

sugere estabelecer políticas públicas específicas

para enfrentar o fracasso escolar – com foco nos

mais vulneráveis — e desenvolver propostas

pedagógicas de atenção especial a estudantes

em risco de fracasso e abandono escolar.

Sucesso Escolar

O estudo é parte da estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, lançada em parceria com a Samsung e a Cidade Escola Aprendiz. Seu objetivo central é apoiar, em especial, os municípios e os estados do Semiárido, da Amazônia e os grandes centros urbanos na definição, implementação e avaliação de políticas e ações para enfrentar a distorção idade-série e superar o fracasso escolar. A estratégia enfoca na integração de ações em três níveis de gestão: redes, escola e sala de aula.

Nesse arranjo integrado, gestores municipais e estaduais de educação, gestores escolares e professores, em parceria com a sociedade civil, têm a possibilidade de mapear a situação da distorção idade-série do território, a partir dos dados do Censo Escolar que estão organizados e disponibilizados pelo UNICEF no site www.trajetoriaescolar.org.br.

A estratégia é parte integrante da iniciativa Fora da Escola Não Pode!. “Iniciativas que visam diminuir a distorção idade-série são fundamentais para melhorar a educação no Brasil. Existem muitas formas de contribuir para essa mudança e uma delas é empregando a tecnologia em ações transformadoras em sala de aula e para apoio aos gestores na educação, como a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, uma parceria que contribui para diminuir o atraso escolar e da qual temos muito orgulho”, comenta Isabel Costa, gerente de Cidadania Corporativa da Samsung Brasil.

Clique aqui para acessar o estudo “Panorama da distorção idade-série no Brasil”.

 

 

 

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