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Temperatura recorde na Antártica acelera derretimento de geleiras

07-02-2020 21:07:00 (1170 acessos)
Geleiras da Antártica estão com derretimento acelerado. Desde os anos 70 o fenômeno vem sendo observado pelos pesquisadores em 87% por toda costa oeste da Península. Contudo o problema vem sendo mais acentuado desde 2008. Prova é uma fenda de 20 quilômetros (km) na Pine Island, que no início de 2019 tinha poucos metros. Estas revelações preocupantes foram feitas em Genebra por Clare Nullis, da Organização Meteorológica Mundial (OMM).

 


Novos temores de danos acelerados nas camadas de gelo da Terra e aumento do nível do mar, foram alimentados pela confirmação da agência meteorológica da ONU de que a Antártica provavelmente registrou um novo recorde de temperatura de mais de 18°C na quinta-feira (20200206).

Porta-voz Clare Nullis, da OMM disse que a temperatura recorde registrada ao norte do continente é considerada incomum, mesmo nos meses mais quentes do verão.

“A base Esperanza, de pesquisa argentina, fica no extremo norte da península Antártica. Instrumentos ali exibiram (20200206) novo recorde de temperatura: 18,3°C. Este não é um número normalmente associaria à Antártica, mesmo no verão e supera o recorde anterior de 17,5°C, medido em 2015.”

Agora, especialistas da OMM verificarão se a temperatura extrema é um novo recorde para o continente antártico. Continente antártico não deve ser confundido com a região antártica, que é toda parte ao Sul a 60 graus de latitude, e onde uma temperatura recorde de 19,8°C foi registrada na ilha de Signy em janeiro de 1982.

Fenômeno “Foehn”

Especialistas da OMM vão examinar as condições meteorológicas que cercaram o evento, particularmente se está associado a um fenômeno climático chamado de “foehn”.

Comuns nas regiões alpinas, os episódios de foehn geralmente envolvem ventos fortes em altitude e o rápido aquecimento do ar enquanto desce por encostas ou picos, causado por diferenças significativas de pressão.

“Está entre as regiões de aquecimento mais rápido do planeta”, explica Nullis sobre a Antártica. “Ouvimos muito sobre o Ártico, mas essa parte específica da Península Antártica está esquentando muito rapidamente. Nos últimos 50 anos, aqueceu quase 3°C.”

Diante de temperaturas cada vez mais quentes, Nullis observou que a quantidade de gelo perdida anualmente na camada Antártica “aumentou pelo menos 6 vezes entre 1979 e 2017”. A maior parte dessa perda de gelo ocorre quando as camadas derretem por baixo, quando entram em contato com a água do oceano, relativamente quente, explicou ela.

O derretimento é especialmente marcado no oeste da Antártica, de acordo com a OMM, e em menor extensão ao longo da Península e no leste da Antártica.

Recuo acelerado de geleiras

Sobre derretimento das geleiras, Nullis alertou que cerca de “87% das geleiras ao longo da costa oeste da Península Antártica recuaram nos últimos 50 anos, com a maior parte delas mostrando um recuo acelerado nos últimos 12 anos”.

A preocupação é particularmente alta com os principais afluentes da geleira da Antártica Ocidental, na geleira Pine Island, onde duas grandes fendas que foram detectadas pela primeira vez no início de 2019 cresceram cerca de 20 quilômetros.

“Há muita conversa no Twitter a respeito da imagem de satélite mostrando rachaduras na geleira de Pine Island, na Antártica”, disse Nullis. “Essas sendas cresceram rapidamente nos últimos dias. A União Europeia tem um satélite chamado Sentinel que mede e monitora esses dados, e está revelando imagens bastante dramáticas.”

Aproximadamente o dobro do tamanho da Austrália, a Antártica é fria, com ventos fortes e seca. Temperatura média anual varia de cerca de 10°C na costa a 60°C negativos nos pontos mais altos do interior.

Imensa camada de gelo tem até 4,8 quilômetros de espessura e contém 90% da água doce do mundo, suficiente para elevar o nível do mar em cerca de 60 metros, em caso de derretimento.

Em um relatório do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (IPCC, na sigla em inglês), de setembro 2019, os pesquisadores alertaram que centenas de milhões de pessoas estão sob risco se crescer o derretimento do gelo nas regiões polares do Planeta. Maior abundância de água vai provocar aumento do nível do mar e afetar toda a vida nos continentes mais baixos.

 

 

 

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