Números foram apurados pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) que considera essas baixas o reflexo do trabalho em casa e das medidas restritivas de contato entre as pessoas. Estima a entidade que esses restaurantes tiveram a frequência reduzida a menos dew 10%.
O setor de serviços tem sofrido os impactos das incertezas relacionadas ao avanço da pandemia e à necessidade da quarentena, para manter tanto as portas abertas quanto os empregos. De acordo com a Associação, as dificuldades devem permanecer mesmo depois da pandemia. “Dependendo da situação, do capital de giro que tinha, da sua capacidade, isso aí vai de 3 a 5 anos.” Assim pensa o presidente do Conselho de Administração ABRASEL, Joaquim Saraiva.
“O setor de bares e restaurantes é um dos que mais contam com pequenos empreendedores no país e, destes, a maioria está endividada. Muitos estabelecimentos são pequenos negócios e até mesmo negócios familiares, o que dificulta a renegociação de dívidas e a quitação de pendências fiscais.” É a análise do economista Thomas Carlsen, cofundador da Mywork, startup especializada em gestão de departamento de pessoal para pequenas e médias empresas.
Manter o restaurante durante a pandemia está sendo extremamente difícil para a empresária Maria Teresa Dias: “A gente está em uma área estritamente comercial, só tem escritório e lajes corporativas, e as empresas não estão trazendo os funcionários [para trabalho presencial].” Com a clientela atual, disse Maria Teresa, não é possível pagar as contas como antes. A empresária conseguiu negociar com o proprietário do imóvel e não está pagando o aluguel do restaurante neste momento. Um acordo com seus funcionários também gerou economia, com o objetivo de evitar demissões.
Donos de restaurantes
Maria Teresa lembrou que, antes da quarentena, às quintas-feiras, atendia cerca de 550 pessoas. Na última quinta, porém, atendeu apenas 36. “Na sexta-feira, eu tinha fila de espera aqui para entrar no restaurante. Quinta e sexta-feira eram os meus melhores dias. E hoje eu estou fechada na sexta-feira, porque não tenho cliente.”
Para Carlsen, o fechamento de portas não representa apenas um encolhimento na economia, mas também a extinção de milhões de postos de trabalho, o que só aumenta as taxas de desemprego no país. “A sobrevivência de restaurantes por quilo e de tantos outros empreendimentos do setor depende diretamente da aceleração da vacinação”, acrescentou.
O empresário Renato Rezemini fechou as portas do restaurante por quilo que tinha em um bairro comercial na zona sul de São Paulo, mas conseguiu manter outro estabelecimento à la carte, em que os clientes escolhem os pratos em um cardápio, mas o movimento ainda é baixo. “Eu tinha uma média de 350, 400 refeições por dia; hoje eu faço 40 refeições por dia, incluindo as entregas. Praticamente inviável, todo mês a gente cava mais um pouco do buraco, entra mais um pouco no negativo”, lmentou.
Rezemini disse que o serviço de entregas não resolve o problema dos restaurantes, especialmente aqueles localizados em bairros comerciais, onde a circulação de pessoas diminuiu muito devido ao trabalho remoto. “Então, não tem pra quem entregar”, acrescentou.
Fonte: Agência Brasil e ABRASEL
Não há Comentários para esta notícia
Aviso: Todo e qualquer comentário publicado na Internet através do Noticiario, não reflete a opinião deste Portal.