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Presos no Paraná, 5 pessoas da Quadrilha da criptomoeda

05-07-2021 19:20:00 (665 acessos)
Foram presos pela Polícia Federal do Paraná, 5 implicados crimes de estelionato que deram prejuízo de R$ 1,5 bilhão, segundo primeira estimativa. Operação Daemon (210705) cumpriu 22 mandados de apreensão, em Curitiba e Região Metropolitana. Vários automóveis de luxo, mansões de alto padrão estão na relação confiscada, fruto de estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, ilícitos contra a economia popular e o sistema financeiro do Brasil. Em 2 anos foram lesados 7 mil investidores.

 


210705 - 11:46 horas 

Polícia Federal do PR prende criminosos de criptomoedas. Golpe de R$ 1,5 bi

Mandado de prisão preventiva, 4 mandados de prisão temporária e 22 mandados de busca e apreensão. É a Operação Daemon que realiza (210705) a Polícia Federal, em Curitiba e Região Metropolitana para alcançar criminosos de moedas virtuais que deram um golpe de R$ 1,5 bilhão. Valor é projetado até o momento para delitos de estelionato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, ilícitos contra a economia popular e o sistema financeiro do Brasil.

Ação policial foi amparada em mandados expedidos pela pela 23ª Vara Federal de Curitiba, sob a denominação de "crimes falimentares". Cumpriram ordens da Justiça pelo menos 90 policiais federais, num trabalho difícil para sequestro de imóveis e bloqueio de valores.

Essas ações da Justiça Federal visavam não apenas a cessação das atividades criminosas e a participação dos investigados nos crimes, mas tambem rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas.

Desde 2019, a Polícia Civil do Paraná vem investigando pessoas e crimes com as chamadas criptomoedas. Isso ocorre devido a muitas denúncias formalizadas por possíveis vítimas dos delitos sob apuração.

Os investigados eram responsáveis pelo controle de três corretoras de criptomoedas. Com atividades em estratégias de marketing, passaram a atrair diversos clientes para que investissem recursos pessoais nas plataformas do grupo empresarial.

Ataque cibernético

Segundo a Polícia, por cerca de 2 anos, as atividades foram conduzidas com aparência de legalidade, mas em meados de 2019, subitamente, o grupo noticiou que havia sido vítima de um ataque cibernético e, por isso, bloqueou todos os saques de valores das plataformas das corretoras.

Foi instaurada uma apuração criminal sobre o suposto ataque dos hackers, solicitada pelo próprio grupo empresarial junto à Polícia Civil. Contudo, os administradores deste grupo retardavam o andamento das investigações, recusando o fornecimento de informações e documentos para o desfecho da apuração, ao passo em que prometiam aos clientes lesados o ressarcimento, de maneira parcelada, da integralidade dos valores depositados.

Entretanto, os débitos pendentes não foram quitados sob a justificativa de acordos extrajudiciais oficializados e pela alegação do andamento da investigação para a apuração do ataque cibernético.

Como o grupo não cooperou com a investigação, os responsáveis pelo inquérito se manifestaram no sentido de que os indícios revelavam que eles não tinham sido vítimas de ataque e, pelo contrário, eram na verdade suspeitos das práticas dos crimes de estelionato, quadrilha e contra a economia popular. Diante da manifestação, o Ministério Público Estadual promoveu o arquivamento da investigação.

Com a manifestação das autoridades estaduais desfavorável ao grupo, o líder das empresas, no final de 2019, decidiu e obteve sucesso no pedido de recuperação judicial. Com isso, conseguiu, sob a justificativa de que necessitava de socorro judicial para reorganização do grupo e pagamento das dívidas, a interrupção de todas as ações cíveis que respondiam as empresas e autorização para continuação das atividades de negociação de criptomoedas.

Polícia Federal investiga

No início de 2020, após ser constatado que o grupo oferecia ao público contratos de investimento coletivo sem registro junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as investigações foram para a Justiça Federal, momento em que a PF passou a conduzir a apuração da possível prática de crime contra o sistema financeiro nacional e os demais conexos.

Com o aprofundamento das investigações, foi constatado que o grupo empresarial teria operado esquema de pirâmide financeira.

“Os investigados apostavam na promoção da imagem de sucesso do grupo, com exibição de posses e bens de luxo e realização de grandes eventos. No entanto, da maneira ardilosa, os valores ingressos nas plataformas virtuais das corretoras do grupo (tanto por transferência de criptomoedas, quanto por depósitos bancários), eram em grande parte desviados em benefício próprio do líder do conglomerado empresarial, de sua esposa e de outros investigados.

As investigações apuraram ainda que o líder deste grupo empresarial já havia sido condenado na Suíça pelos crimes de estelionato e falsificação de documentos”, detalhou a PF em nota.

Lucros forjados e R$ 1,5 de prejuíizo

Segundo a PF, os valores movimentados por meio do mecanismo criado pela área de tecnologia não correspondiam à realidade. Ao consultar as plataformas virtuais das corretoras, os clientes acompanhavam uma suposta posição dos investimentos que, desde o momento em que ingressavam nas contas das empresas, eram empregados de maneira indevida para o enriquecimento dos gestores.

Desta forma, os clientes acreditavam que estavam realizando operações nas corretoras e obtendo lucros diários e garantidos, suspeitando das irregularidades somente em 2019, após o bloqueio dos saques.

Também foi apurado que o líder do grupo usou as negociações virtuais com criptomoedas para ludibriar o administrador judicial e o próprio juízo falimentar, apresentando como garantia uma carteira com bitcoins que nunca foram de sua propriedade. "Demonstra-se assim que o investigado se utilizava do processo de recuperação judicial a fim de ganhar tempo para ocultar o produto de seus possíveis delitos anteriores", diz nota da PM.

Além disso, também foi revelado que o líder da organização criminosa, valendo-se do relacionamento com outras pessoas investigadas, passou a movimentar e gerir recursos e bens à margem do controle do juízo falimentar.

Segundo estimativa feita pelo administrador judicial do processo de recuperação judicial, o valor devido pelo grupo econômico, totaliza cerca de R$1,5 bilhão o que diz respeito a mais de 7 mil credores.

 

 

Fonte: Agência Brasil
 

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