Quem alerta é o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier, de Campinas (São Paulo). Sugere que a melhor correção visual pode diminuir índices de doenças oculares e oferecer mais oportunidades de trabalho.
Burnier fala que a Lei de Cotas lei de (8.213/91) não está sendo cumprida. A Constituição prevê reserva de 2% a 5% das vagas para deficientes. Mas última divulgação da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) pelo MET (Ministério do Emprego e Trabalho) mostra que em 2011 foram declarados 325,3 mil vínculos empregatícios com pessoas deficientes no Brasil.
A cifra representa um crescimento de cerca de 6% em relação a 2010, mas é menos que em 2008 quando atingiu 350 mil vagas. Último censo nacional mostra que a maior de todas as deficiências no Brasil é a visual. Atinge 6,5 milhões de brasileiros. A RAIS revela que desses só 21,8 mil estão empregados (0,3%).
Para Queiroz Neto este baixo índice evidencia a falta de informação entre pessoas que têm perda severa de visão. Afirma que a lente escleral pode acabar com a exclusão de parte das pessoas que hoje são classificadas como portadoras de baixa visão. É que a adaptação desta lente proporciona visão mais nítida. Em muitos casos esta melhora é suficiente para favorecer a educação, tirar a CNH (Certeira Nacional de Habilitação) ou prestar concursos. “Não podemos esquecer que 80% de nossa integração com o meio ambiente depende da visão. Enxergar melhor é um ganho permanente de qualidade de vida que supera benefícios previstos na legislação para deficientes visuais, como por exemplo., as isenções de IPI (Imposto sobre Produtos industrializados) e do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na compra de veículos.
Indicações
O oftalmologista afirma que as principais indicações da lente escleral são:
· Correção do ceratocone, doença que deforma a córnea, quando a pessoa já não se adapta aos óculos ou lentes de contato comum .
· Melhora da visão de quem já passou por transplante.
· Casos de afinamento da borda da córnea conhecido como degeneração marginal pelúcida.
· Trauma ocular.
· Correção de grau residual de cirurgia refrativa.
· Terapia para olho seco severo que pode estar relacionado a duas doenças autoimunes - síndrome de Stevens Johnson ou artrite reumatóide.
O especialista diz que estas doenças são mais comuns na mulher. Os dados da RAIS mostram que das vagas reservadas para deficientes visuais a mulher ocupa só 35% dos postos de trabalho, embora tenha mais problemas de visão. “Além de melhorar a lubrificação da córnea, esta lente pode permitir que 1 em cada 5 portadores de ceratocone escape do transplante”, comenta.
Adaptação
Queiroz Neto explica que a lente escleral tem diâmetro de 18 a 23 milímetros e se apóia na esclera, parte branca do olho, invés de se apoiar na córnea como acontece com as gelatinosas ou as rígidas comuns. “Tem o mesmo formato usado na primeira lente lançada no mercado, só que agora é feita em material gás permeável e é preenchida por uma solução salina para ficar suspensa na superfície do olho. Por isso, permite a constante oxigenação da córnea pode ser usada durante um dia inteiro. O médico observa que o material da lente reduz o risco de contaminação porque não absorve a lágrima nem os produtos de higienização, mas a boa adaptação em toda a extensão de suas duas faces é essencial para garantir a segurança e conforto.
O preço mais elevado e a dificuldade que algumas pessoas encontram no manuseio são os fatores contra esta lente. À favor pesam o conforto e a qualidade da correção visual.
Dicas de manutenção
O Médico destaca que ao contrário da lente que se apóia na córnea, a escleral dá sinais de que a adaptação deve ser refeita. Os principais são:
Ao primeiro desconforto a recomendação é interromper o uso e consultar seu oftalmologista imediatamente. “Em geral os pacientes que usam este tipo de lente já têm a córnea frágil. Por isso, todo cuidado é pouco” comenta.
As principais dicas de manutenção do especialista são:
Fonte: Instituto Penido Burnier SP - Eutrópia Turazzi
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