Se você encontrar alguém que lhe afirme que conhece muito bem a vida de Jesus Cristo, acautele-se: tanto possível quando provavelmente você está na companhia de algum mendigo da verdade. Pergunte a esse cidadão se poderia lhe dizer quais os erros jurídicos do processo que condenou Jesus Cristo. Ou pergunte qual foi a dama do mundano e corrupto império romano que tentou salvar Jesus da condenação à morte. No caso, Cláudia Purcula, mulher de Pôncio Pilatos.
Na verdade, não se conhece nem dez por cento da história completa do Nazareno, sobre o qual existem mais de 500 mil documentários, entre os quais "O Túmulo Secreto de Jesus", de Simcha Jacobovici. Jesus é o personagem mais paparicado da história da humanidade, por escritores, artistas plásticos, críticos, pesquisadores e produtores de cinema.
Há alguns brasileiros nessa história toda. Plinio Salgado, por exemplo, escreveu "A Vida de Jesus", um clássico em três volumes, estudo profundo sobre a vida de Cristo. O nosso Candido Torquato Portinari, deixou na tela traços perfeitos da vida de Cristo: "A Sagrada Família", "Fuga do Egito", "O Batismo", "Transfiguração", entre outras. É claro que não chega ao limite de "Última Ceia", o enigmático e misterioso afresco de Milão, de Leonardo Da Vinci, que inspirou Dan Brown em "O Código Da Vinci".
Longe de sermos um papa-missas, não é de hoje que nos sentimos atraídos pela personalidade de Jesus Cristo. Talvez, buscando o contraditório, li algumas obras sobre Cristo:"Médico de Homens e de Almas" (Taylor Caldwel); "A Vida de Jesus Cristo" (Ernest Renan); "Jesus Cristo no Egito (Paul Berry), "A Tumba da Familia de Jesus"(Simcha Jacobovici e Charles Peregrino);"Barrabás" (Emery Keseby); "José de Arimatéia" (Frank C. Tribbe), além de Heródoto e Flávius Josepho.
Se me fosse possível escrever, digamos, um "Diálogo com Jesus", teria como introdução, o julgamento de Cristo, em cujo processo condenatório, ocorreram, pelo menos, cinco erros jurídicos.
Segundo "Os Grandes Julgamentos da História", se Jesus fosse executado pelo Sinédrio, só o seria no dia seguinte ao da sentença, pois o direito mosaico mandava espaçar a execução. Pilatos, contudo, deu imediata execução à sentença, impedindo que o réu apelasse a Tibério Cesar, o duro e implacável imperador romano.
Pilatos, pelo direito comparado (execução da pena) com duas testemunhas falsas (culpa jurídica) era o único dos cinco juízes (Anás, Caifás, Sinédrio Pleno, Herodes, Pilatos), que tanto podia condenar ou absolver Jesus...
Por fim, veja os cinco erros jurídicos do processo que condenou Jesus:
- julgamento noturno, contrário às leis hebraica e romana, não dando ao processo publicidade;
- conflito de jurisdição: quatro juízes no mesmo processo:
- falta de autoridade de Anás só para interrogar Jesus fora do Sinédrio;
- erodes, em Jerusalém, não tinha jurisdição sobre Jesus. Só na Galiléia;
- testemunhas falsas, aliciadas pelo juízes.
Vai daí que, já naqueles tempos, não foi possível mudar o inexorável curso da história. E assim, crucificaram o "homem de cabelos da cor amêndoa madura, de rosto cheio, muito sereno, de barba espessa, olhar afetuoso e grave, terrível em suas reprimendas, doce e amigável em suas admoestações, e que impõe à humanidade a sua doutrina que inquieta, apavora, resplende, ameniza e produz prodígios.(zair schuster, jornalista, pesquisador da história e historiador).
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