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Consumidor cativo de energia é o que mais sofre no Brasil


20-09-2021 23:23:51
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No Brasil é o consumidor cativo de energia elétrica que está mais prejudicado no acerto de contas destinado a minorar as consequências negativas das medidas contra a infecção pelo coronavírus. É o pensamento de analistas da Associação Brasileira da Indústria de Base (ABDIB) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). Não teve as mesmas conquistas de distribuidoras, geradoras, transmissoras, produtores independentes, grandes consumidores.

 


Em 2020, quando as distribuidoras celebravam os acertos finais da Conta-Covid, criada para atenuar os impactos da pandemia sobre o fluxo de caixa do setor, empresários da área rodoviária reclamavam que a celeridade que o Governo tinha para resolver problemas do setor elétrico, não era a mesma dada às rodovias.

Um dos resultados do racionamento de 2021 foi que distribuidoras, geradoras, transmissoras, produtores independentes, grandes consumidores ganharam poder e proximidade para discutir e aprovar pontos favoráveis ao setor.

A exceção à regra é o consumidor cativo. Esse de longe é o menos representado nas discussões e o que tem mais sido afetado por regulações recentes e pela operação cada vez mais cara do sistema à beira de uma nova crise histórica.

No debate sobre o novo marco regulatório da geração distribuída, analistas apontaram que as regras aprovadas na Câmara são excelentes para a indústria solar, ótimas para as distribuidoras e ruins para os consumidores cativos.

O IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) também enxergou o mesmo problema. “O projeto regulamenta a microgeração distribuída solar mantendo o subsídio e repassando custos para os consumidores que não dispõem desses sistemas por meio da CDE”, diz o coordenador da área de energia, Clauber Leite, que frisa que o impacto pode chegar a R$ 3 bilhões por ano.

Isso se combina à crise atual, que irá fazer encargos e subsídios explodirem. “É preciso equilíbrio e alocação adequada de custos porque o consumidor residencial está pagando todos, como o acionamento das térmicas.”

A estrutura tarifária, que já era uma das mais caras do mundo, ficará ainda mais. Isso tende a provocar um duplo efeito para fugir desse aperto tarifário: pressão por ampliação do mercado livre e aceleração do movimento em geração distribuída solar, o que traz ameaças.

Uma conta paira sobre o setor: os contratos legados. Hoje existem 48 GW contratados no mercado regulado. Quanto mais se amplia o mercado livre, maior fica a conta para quem se mantém no ambiente regulado.

A conta salgada poderá elevar a inadimplência, enquanto os custos de operação já começam a respingar em outros segmentos. O pagamento dos bônus de redução do consumo para os clientes cativos será pago via ESS, encargo que também cai nos bolsos dos grandes consumidores.

Entre 2010 e julho de 2021, a tarifa de energia residencial quase dobrou. A meses de uma nova eleição presidencial, fica a pergunta: o consumidor cativo continuará pagando a maior parte da conta de driblar o racionamento? Há consultorias que estimam impacto de 1% na inflação neste ano e em 2022 com a crise de energia.

 

 

Fonte: Agência INFRA
 

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