Boa parte dos acessos de arroz e de feijão que ajudaram a fechar o novo número de sementes conservadas em longo prazo depositadas no Banco Genético sob a responsabilidade da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília-DF) já tem endereço certo para ficar guardada pelas próximos décadas: o Banco Mundial de Sementes, localizado em Svalbard, na Noruega, para onde devem ser enviadas em 2024.
A totalidade da remessa que chegou a Brasília é de acessos das culturas de feijão e de arroz. Segundo Paula Torga, curadora do Banco Ativo de Germoplasma de Feijão, as 1.300 amostras dessa coleção enviadas a Brasília são formadas por variedades tradicionais, cultivadas principalmente por pequenos agricultores.
“Essas variedades, que vêm sofrendo um processo de seleção natural e artificial, são altamente adaptadas às regiões onde são cultivadas. Têm um reservatório de genes de resistência a estresses bióticos e abióticos - o que é muito valioso para os programas de melhoramento ou para resolver problemas que possam ocorrer”, explica a pesquisadora da Embrapa Arroz e Feijão. O material genético desse BAG foi coletado no período de 1983 a 2012, em 396 municípios, num total de 33 expedições de coletas.
Arroz é campeão em volume de acessos
Também chegaram à Colbase, cópias de amostras da cultura que tem a maior coleção de sementes da estatal, a de arroz, com um total de 24 mil amostras. “A missão nossa aqui na Unidade é coletar, multiplicar, caracterizar e disponibilizar à sociedade, amostras dessa semente, enquanto a do Banco Genético é de proteger esse material, de qualquer perda que possa acontecer”.
"É importante ressaltar que esses materiais são a matéria-prima do melhoramento, de onde virão as novas variedades e isso é extremamente importante para a segurança alimentar”, observa o pesquisador Flávio Breseghello, da Embrapa Arroz e Feijão.
De acordo com os dados disponíveis na Plataforma Genesys, a Colbase ocupa a segunda posição dentre as coleções de longo prazo, em termos de disponibilização de informações, ficando atrás apenas da Alemanha e de três centros internacionais do Consultative Group on International Agricultural Research (CGIAR).
“Os BAGs de arroz e de feijão da Embrapa figuram como a maior e a segunda maior coleção do mundo destas espécies, desconsiderando os acervos de centros internacionais”, diz o pesquisador Juliano Padua, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia.
Dados dos BAGs da Embrapa e de instituições parceiras são constantemente atualizados no Sistema Alelo. Os dados gerais do Banco Genético podem ser consultados aqui e também estão disponíveis no Portal Genesys detalhes de várias coleções mundiais.
Fonte: EMBRAPA - Comunicação Social
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