São apenas algumas situações no Brasil, que não fazem mentira quando se falar que as leis para os de maior idade são apenas coisas do papel.Quem duvidar que procure saber as agruras vividas pelas pessoas com idade avançada, que não dispõem de recursos e precisam de ajuda. A solução será sempre viver na dependência de um parente ou da sociedade, que é fraterna; mas também sofre com a adversidade. 

Estatuto da Pessoa Idosa, que completa 20 anos no dia 1º de outubro, conseguiu superar apenas alguns problemas impostos sobre os que vivem mais, apesar de toda adversidade enfrentada. São os mais próximos que praticam violência física e mental contra os idosos, que exploram financeiramente, que negam atenção de sentimentos, que abandonam. 

Cuidados para que a lei seja cumprida, muitos engrossam falatórios, orações e anúncios políticos. Mas em duas décadas, os desafios seguem sendo praticamente os mesmos. Isso justifica a afirmatica de que benefícios a essa parcela da população, só estão colocados no Estatuto da Pessoa Idosa. Se houvesse boa vontade, cultura humanitária para cuidar, nem precisaria de uma lei desse porte; bastaria cumprir a Constituição Federal onde está observado o dever da atenção dos filhos para com pais. 

No Brasil há quase 34 milhões de pessoas idosas consideradas acima de 60 anos de idade. Quando o legislador criou o Estatuto, esses de mais de 60 anos eram cerca de 15 milhões. Enquanto a mortalidade se reduz pelos avanços da tecnologia e da ciência, especialmente na área da saúde, ao contrário aumenta devido à violência e o abandono. Se um cidadão que trabalhou mais de 30 anos fica sem assistência porque a aposentadoria que ganha é pequena demais, conclui-se que a atenção à lei é falha.

Homens idosos vivem muito menos que as mulheres. Esse quadro é parte dos números oficiais que mostram que os negros do sexo masculino vivem menos 11 anos que as mulheres negras que conseguem viver 6,4 anos mais e a mulher branca vive mais 5 anos.

No caso de pessoas marginalizadas, a situação é muito grave. Isso está falado todos os dias pelos pesquisadores sociais e estatísticos.

Hoje mesmo, esses índices estarão escancarados, a pretexto de lembrar os 20 anos do Estatuto da Pessoa Idosa. Enquanto não houver execução na prática, é tudo lorota, conversa fiada, mentirosos enganando.

“É preciso avançar na defesa do Estatuto e de todos os direitos que estão ali assegurados. O Brasil teve um aumento de 97% nos registros de violações dos direitos humanos contra a pessoa idosa no primeiro trimestre de 2023”. Éo que diz o senador Paulo Paim (autor da lei do Estatuto do Idoso), que considera esse índice resultante da maior possibilidade de se fazer denúncias aos ministérios públicos e a facilidade para falar, do serviço Disque 100.