Tal como a Organização Meteorológica Mundial (OMM) informou, o El Niño seguirá causando imapctos econômicos e sociais. Na América do Sul, o fenômeno provocará secas na Costa Rica, no Panamá, norte da Venezuela, Colômbia e Chile e no nordeste do Brasil.
“Acabamos de testemunhar uma das mais poderosas ocorrências do El Niño, que causou condições climáticas extremas em países de todos os continentes e ajudou subir o calor recorde de 2015”, afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
Prejuízos pelo mundo
Na América Central, secas severas foram registradas na Guatemala, em Honduras, em El Salvador e em países caribenhos, devido aos desdobramentos do fenômeno climático. Na Austrália, o El Niño também contribuiu para tornar 2015 um ano mais quente e mais seco, em relação a períodos anteriores.
Na Ásia, foram verificadas alterações do regime das monções, que trouxeram menos chuvas durante o verão. Durante o inverno, porém, a Índia e o Sri Lanka registraram volumes acima da média. No sudeste do continente, o El Niño esteve associado a estiagens, entre julho e outubro de 2015. Isso contribuiu para o recrudescimento de incêndios espontâneos na Indonésia, que deixaram muitas regiões do país e de nações vizinhas sob densa fumaça, gerando complicações de saúde.
Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) chamou atenção (160217) para milhões de crianças que enfrentam doenças e escassez de água e comida na África, onde o El Niño acentuou as vulnerabilidades de comunidades já afetadas por estiagens duradouras.
A agência da ONU presta assistência às populações, mas enfrenta falta de verba. O organismo conta com menos de 15% do financiamento solicitado para operações em regiões castigadas pelo fenômeno climático.
Segundo a diretora regional do UNICEF, Leila Gharagozloo-Pakkala, nas porções oriental e meridional do continente africano, o fenômeno climático agravou a escassez de recursos e provocou o aumento dos preços dos alimentos, forçando famílias a adotar mecanismos de cooperação drásticos, como o hábito de “pular refeições” e a venda de quaisquer bens de valor.
Na Etiópia, seca severa
Na Etiópia, afetada por secas severas há 2 anos, o número de pessoas que precisa de comida para complementar a alimentação, deve aumentar de 10 para 18 milhões, até o final de 2016. Atualmente, 6 milhões de crianças precisam de assistência.
No Zimbábue, cerca de 2,8 milhões de indivíduos enfrentam insegurança alimentar e nutricional. Em Angola, esse contingente chega a 800 mil pessoas e estimativas indicam que 1,4 milhão de angolanos já foram afetados por condições climáticas extremas.
O Malauí está enfrentado a pior crise alimentar dos últimos nove anos. No país, casos de má nutrição duplicaram entre dezembro do ano passado e janeiro de 2016. Mais de 15% da população – 2,8 milhões de pessoas – corre o risco de passar fome.
No Quênia, no Zimbábue e em Lesoto, surtos de cólera e outras doenças vinculadas ao consumo de água imprópria afetam a população. Estima-se que um quarto dos lesotianos esteja suscetível a essas infecções. A proporção é particularmente preocupante, uma vez que, no país, 34% das crianças são órfãs, 57% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza e quase um quarto dos adultos possui HIV.
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