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Aves e animais dão prejuízo de R$ 110 milhões às empresas aéreas

25-02-2022 09:38:28 (908 acessos)
Registro de 692 acidentes em 2021, causados por colisões com aves e animais nas proximidades de aeroportos brasileiros, pode ser considerado muito grave. Do total de casos, 13% geraram danos às aeronaves que tiveram de ser submetidas a inspeção de segurança, manutenção e deixaram de voar. Dados mostrados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) dão conta que os impactos afetaram 40.793 passageiros durante o ano de 2021. Prejuízos às companhias aéreas chegou a R$ 110 milhões.

 


220224 - 23:02 horas

No ano passado, as empresas associadas da ABEAR registraram 692 colisões com aves e até antas nas áreas de segurança no entorno dos aeroportos, Isso representa a média de 2 colisões por dia. Desse total de ocorrências, 13% geraram danos às aeronaves.

A taxa média foi de 24,2 colisões a cada 10 mil decolagens, levou ao aumento de cerca de 12% em relação a 2019. Em torno de 94% dos eventos registrados concentraram-se no aeroporto ou na chamada ASA, a Área se Segurança Aeroportuária, que se estende num raio de 20 quilômetros (km) a partir do centro da pista. Como os aviões danificados tiveram de passar por manutenção e deixaram de voar, a estimativa é que esse tipo de evento impactou 40.793 passageiros em 2021.

Informa a ABEAR que as perdas em 2021 foram de R$ 110 milhões, por causa da colisão de aeronaves com aves, ou “bird strike” no jargão do setor aéreo. Problema antigo para a aviação, esse fenômeno se intensificou durante a pandemia do coronavírus. Isso ocorreu, entre outros motivos, porque a redução drástica do movimento favoreceu a proliferação de muitas espécies dentro dos sítios aeroportuários em todo o País.

Olha esta explicação de Ruy Amparo, diretor de Segurança e Operações de Voo da ABEAR: “A partir da primeira retomada da operação aérea, durante o 2º semestre de 2020, os “bird strikes” ganharam intensidade e severidade. Da metade de 2021 até agora, a situação piorou em quantidade, perdas materiais e severidade do dano às aeronaves.”

De acordo com Amparo, a situação favoreceu a aproximação da fauna que costumava ficar no entorno dos aeroportos, às pistas e taxiways . “Em Congonhas, por exemplo, a população de quero-queros cresceu muito, quebrando um certo equilibro local com as aeronaves.” O diretor da ABEAR acrescenta que esse tipo de incidente sempre foi uma preocupação para o transporte aéreo, considerando-se aviação regular, geral e a militar.

Riscos precisam de regras

Ruy Amparo lembra que o CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) e a Força Aérea Brasileira tinham poder de vetar uma construção ou empreendimento no entorno dos aeroportos. Podiam impedir obras que pudessem significar qualquer risco de fauna dentro dos aeroportos, como prédios mais altos do que o normal ou frigoríficos clandestinos, por exemplo, que atraem urubus.

Apesar dos benefícios, em medos de 2012 o CENIPA perdeu essa atribuição devido à Lei 12.725/2012, que transferiu a responsabilidade aos municípios. A falta de um Decreto regulamentando em detalhes esta responsabilidade da municipalidade, criou um vácuo de atuação no combate a atividades que impliquem na atração indevida de fauna aviária, para as regiões dos aeroportos.

O gerenciamento de risco aviário em aeroportos é uma ferramenta importante para mitigar os impactos para o transporte aéreo, aeroportos e controle do espaço aéreo, ressalta o diretor da ABEAR. Ações como o manejo de espécies de aves para lugares distantes dos sítios aeroportuários são uma alternativa em alguns aeródromos. No entanto, para espécies nativas, é necessário um pedido de autorização das autoridades ambientais para que haja esse tipo de iniciativa, em um processo por vezes moroso.

Minuta de decreto

Está em elaboração uma minuta de um decreto para instituir um Comitê Nacional de Risco de Fauna, com a participação de todos os stakeholders (envolvidos) com o tema, com gerenciamento da Secretaria de Aviação Civil (SAC). ABEAR sugere definição de política de estado, para resolver o problema que vem cauisando prejuízo às empresas.

“São mais frequentes do que a população imagina, as perdas às empresas associadas à ABEAR, quando há colisão de aeronaves com aves de diversas espécies e outros animais. É preciso uma política pública para mitigar os riscos e a Associação, em parceria com demais participantes da aviação comercial, estão empenhados nisso. São custos que se somam à disparada do preço do querosene de aviação e da alta do Dólar diante do Real.” Isto é o que afirma o presidente da ABEAR, Eduardo Sanovicz.

 

 

Fonte: ABEAR, Comunicação Social
 

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