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Cataratas do Niágara vistas de modo raro: totalmente congeladas
Cientistas do governo americano anunciaram que a temperatura média da Terra em 2018 foi a quarta mais elevada registrada até hoje (190206). Em conjunto com a NASA, a agência espacial norte-americana, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional divulgou, nessa quarta-feira (190206), um relatório sobre temperaturas em 2018. O documento mostra que a temperatura média global foi de 14,69 graus centígrados, ou 0,79 grau acima da média do século 20. Trata-se da quarta maior alta desde 1880, o primeiro ano em que esses dados foram disponibilizados. O ano mais quente já registrado foi 2016, e os 5 anos que ocupam as principais posições são aqueles que começam a partir de 2014. Os dados indicam que o aquecimento global não mostra sinais de que vai parar. *Com informações da NHK (emissora pública de televisão do Japão) Efeito Estufa Pressiona Terra. Poluição Cresce Em Países Industrializados A emissão de gases causadores do efeito estufa aumentou 2,4% entre os países industrializados, de 2000 a 2004. Foi o que revelou um estudo da Convenção sobre Mudanças Climáticas, da Organização das Nações Unidas. A Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) apresentou em Bonn, Alemanha, a publicação GHG data 2006 (Dados sobre a Emissão de Gases Estufa 2006). O estudo traz os dados colhidos entre 1990 e 2004, em 41 países industrializados pertencentes ao Anexo I da Convenção. Segundo o documento, houve queda de 3,3% na emiss?o de gases poluentes, no período. Os setores que mais contribu?ram foram a agricultura, que registrou queda de 20,0%, e os processos industriais, onde a baixa na emissão de gases chegou a 13,1%. No setor de energia ocorreu a menor queda na liberação dos gases (0,4%), pois aumentaram bastante as emissões provenientes dos transportes: subiram 23,9%. Os dados revelam que, dos 41 pa?ses que compõem o Anexo I, 22 conseguiram diminuir as emissões, sendo que países do Leste ou Centro da Europa foram responsáveis por 36,8% do decréscimo total. Já em 19 países, as emissões aumentaram em 11%. Transportes são maiores vilões da atmosfera, aumentaram em 23,9% as emissões de gases de efeito estufa. Apesar de terem diminuído as emissões na comparação entre 1990 e 2004, tomando-se o ano de 2000 como referência, houve crescimento de 2,4% em 2004, sendo que apenas sete nações conseguiram baixar a poluição atmosférica neste último período. "O fato preocupante é que as economias em transição, que foram as principais responsáveis pelas reduções dos países industrializados até agora, formam um grupo que experimentou um crescimento nas emissões de 4,1% entre 2000 e 2004," disse o secretário executivo da UNFCCC, Yvo de Boer. Sob a influência de Kyoto Considerando-se os 35 países do Anexo I que tem metas de redução definidas pelo Protocolo de Kyoto (em média 5% abaixo do índice de 1990, até 2012), as emissões de gases poluentes aumentaram 2,9% desde 2000. "Isto significa que os países industrializados precisarão intensificar esforços para implementar fortes políticas que reduzam as emissões de gases estufa", acrescentou De Boer. Apesar de a poluição ter crescido nos últimos quatro anos, as metas gerais estão sendo cumpridas, estando as emiss?es 15,3% abaixo do nível de 1990. Ainda segundo De Boer, o destaque positivo é que o desafio foi bem entendido e o Protocolo de Kyoto já funciona, "guiando as partes do Anexo I nas opções de políticas de identificação e implementação, incluindo mecanismos de flexibilidade, para atingir as metas". Situação da Alemanha Alemanha reduziu em 17,2% as emissões de gases poluentes desde 1990. Os níveis de poluição variam muito de um país para o outro. Enquanto na Lituânia houve queda de 60,4%, de 1990 a 2004, na Turquia o problema aumentou 72,6%, no mesmo período. A Alemanha é um dos países que está perto de atingir a meta estabelecida em Kyoto. O país precisa reduzir as emissões em 21% até 2012. Em 2004, chegou a baixar em 17,2% a liberação de gases poluentes. Em Berlim, o ministro do Meio Ambiente, Sigmar Gabriel, declarou que as novas tecnologias na luta contra as mudan?as clim?ticas e a poluição ambiental deveriam se tornar o pilar central da economia do país. Sigmar Gabriel, ministro alem?o do Meio Ambiene, alemão quer priorizar a luta contra a poluição "Estamos falando de trilh?es de euros e de mercados que serão decisivos no século 21", disse o ministro. Gabriel sugeriu ainda a criação de um "gabinete industrial, cuja proposta consistiria em estimular a inovação no setor verde". Os investimentos neste setor resultariam em "duplicação dos dividendos," ou seja, contribuiriam para preservar o meio ambiente e trariam lucros para as empresas do setor. Conferência das Partes Os dados da publicação GHG data 2006 ser?o apresentados na Conferência das Partes, que acontece em Nairobi, Qu?nia, de 6 a 17 de novembro de 2006. O relatório traz pela primeira vez os números da Turquia e os dados completos da Rússia, desde 2000. Não há novos dados sobre o assunto, no que se refere ao Brasil, bem como sobre outros países em desenvolvimento. O governo brasileiro prepara uma proposta para que países em desenvolvimento recebam dinheiro, se não destruírem suas florestas. De acordo com o chefe da Assessoria Internacional do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, Fernando Lírio, a ideia é que se calcule um índice médio e histórico de desmatamento dos países em desenvolvimento. Quem conseguir reduzir a destruição das florestas receberá incentivo financeiro porque estará baixando a emissão de gás carbônico na atmosfera. O componente químico é liberado durante as queimadas, por exemplo, e contribui para o aquecimento global. Feng Gao, membro do Secretariado Executivo da UNFCCC, diz que não acredita na viabilidade da proposta. Segundo ele, "trata-se de pagar as pessoas que vivem do desmatamento. Se este meio de sustento for suspenso, como irão sobreviver estas pessoas? A proposta envolve muito dinheiro e ninguém é rico o suficiente para pagar por isto. Os países desenvolvidos não estão preparados para assumir este encargo".
Organização Meteorológica Mundial (OMM) validou hoje (211214) a temperatura recorde de 38° Celsius no Ártico, registrada na cidade russa de Verkhoyansk em 20 de junho de 2020, um novo "sinal de aviso sobre as alterações climáticas".
"Este novo registro ártico é uma das observações transmitidas ao arquivo de climas extremos da OMM, agência da ONU que está ligando o alarme sobre as mudanças sofridas pelo clima", disse o secretário-geral da organização, Petteri Taalas, observando que no mesmo ano a Antártica também registou recorde de 18,3°C.
Verkhoyansk situa-se cerca de 115 quilômetros ao norte do Círculo Ártico, e as temperaturas têm sido medidas desde 1885.
Essa região da Sibéria Oriental tem clima continental muito seco, resultando em invernos muito frios e verões muito quentes.
Os pesquisadores da OMM tentam "verificar uma temperatura de 54,4°C registrada em 2020 e 2021 no local mais quente da terra, o Vale da Morte na Califórnia, e também validar um novo recorde europeu de calor de 48,8°C estabelecido na Sicília neste verão", disse Taalas. "Este inquérito destaca o aumento das temperaturas numa região que é importante para o resto do mundo em termos de clima". É importante monitorá-la continuamente, acrescentou o relator da OMM sobre clima e extremos climáticos, Randall Cerveny.
Aproveitando as consequências do fato de o Ártico ser uma das regiões com aumento rápido das temperaturas, a OMM criou uma nova categoria, a da temperatura mais alta no ou ao norte do círculo.
O grupo de peritos responsáveis pela certificação desses registos examina a validade dos instrumentos utilizados para medição e a coerência com a meteorologia atual.
Cientistas de Potsdam e Madri incluíram em modelos virtuais, fatores não considerados em cálculos anteriores e que aceleram derretimento do manto de gelo na ilha ártica. Mas a maioria dos estudiosos consideram que é normal e não faz terrorismo climático.
Marca para início do degelo é de apenas 1,6ºC. Uma nova simulação de computador feita por cientistas do Instituto de Pesquisa das Consequências Climáticas de Potsdam (PIK) e da Universidad Computense de Madri, mostra que o gelo da Groenlândia é provavelmente bem mais vulnerável ao aquecimento do planeta do que se supunha até agora.
Segundo os modelos de cálculo mais recentes, o limite de aquecimento global a partir do qual se deve contar com um degelo total fica entre 0,8ºC e 3,2ºC. A temperatura em que essa hipótese entra em cena se situaria a 1,6ºC acima das temperaturas médias antes da industrialização.
Atualmente, já se observa uma diferença de 0,8ºC na temperatura do planeta, apontam os pesquisadores. No caso de o manto de gelo groenlandês se derreter completamente, os cientistas contam com uma elevação de vários metros no nível dos oceanos.
Limite de 2ºC é demais
A Groenlândia é quase 85% coberta de gelo. Com mais de 1,7 milhão de quilômetros quadrados, a ilha representa a maior superfície de água doce do Hemisfério Norte.
Modelos anteriores haviam estipulado 3,1ºC de aquecimento global como a marca onde as massas polares groenlandesas começariam a derreter. Ilha tem maior superfície de água doce da região ártica
Contudo, segundo os cálculos atuais, bastaria aproximadamente a metade dessa elevação de temperatura. E, consequentemente, os 2ºC, considerados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climáticas (IPCC) como o nível máximo tolerável para o aquecimento global, já seriam demais para o gelo da Groenlândia.
Já em 2011, um relatório encomendado pelo Conselho Ártico advertia que o gelo da ilha estava se fundindo mais rapidamente do que previsto. Em consequência, a elevação do nível do mar até 2100 seria também mais acentuada.
No relatório anterior, de 2007, o IPCC predissera uma elevação entre 18 e 59 cm até o fim do século. Porém faltavam dados sobre o Polo Ártico. Por isso, os analistas do PIK consideram otimista demais o prognóstico do IPCC.
Efeito de realimentação
O mais recente estudo do PIK baseia-se em novas simulações computadorizadas do manto de gelo da Groenlândia e do clima regional – o qual, parte-se do princípio, se aquece duas vezes mais rápido do que a média do planeta.
O minucioso modelo de cálculo leva também em consideração os assim chamados "efeitos de realimentação". Considera, por exemplo, que alterações nas precipitações de neve e no degelo, provocadas pelo aquecimento global, acarretariam aumento ainda maior da temperatura. Pois, até agora, as superfícies brancas de neve e gelo têm refletido de volta para o espaço grande parte da irradiação solar.
Contudo, se as áreas recobertas de gelo minguarem, a Terra absorverá mais calor, reforçando o aquecimento local.
Fiordes de gelo derretem em tempo recorde
Segundo os pesquisadores de Potsdam, a simulação de computador permitiu calcular corretamente tanto o manto de gelo observado hoje em dia, quanto traçar sua progressão ao longo dos ciclos glaciais passados.
Desse modo, foi possível verificar os resultados, através de uma comparação com os dados sobre o clima disponíveis de épocas passadas. Por isso, os pesquisadores consideram as novas estimativas mais confiáveis do que as precedentes, que não levavam em consideração os efeitos de realimentação.
Danos irrecuperáveis
"Quanto mais depressa ultrapassarmos o limite de temperatura, mas depressa derrete o gelo", assegura Alexander Robinson, principal autor do estudo recém publicado pela revista Nature Climate Change.
Caso a humanidade não reduza em absoluto o nível das emissões de gases do efeito estufa, calcula um aquecimento de 8ºC a longo prazo. Esse degelo poderá causar elevação de vários metros do nível do mar e, no prazo de 500 anos, chegará ao derretimento de um quinto da superfície gelada da Groenlândia. Assim é possível projetar o quase desaparecimento dentro de 2 mil anos.
Robinson explica que, por mais que não pareça, trata-se de um colapso veloz, "comparado com o que tem ocorrido até agora na história do planeta. E provavelmente já estamos nos aproximando do limite crítico".
Além disso, cada degelo já ocorrido ocasionou alterações no nível dos oceanos. "Sob certas condições, o derretimento das massas geladas da Groenlândia poderá ser irrevogável", alerta Andrey Ganopolski, diretor da equipe de pesquisa do PIK.
Essa hipótese é apoiada pela concepção de que "as massas geladas são elemento decisivo no sistema terrestre". Se a temperatura média global ultrapassar a marca determinada pelo PIK, "claramente e por longo tempo", a camada de gelo continuaria se derretendo de forma irreversível.
Um estudo divulgado (121128), durante a Conferência do Clima no Catar, mostrou que o nível do mar está subindo a uma velocidade 60% maior do que apontam as previsões das Nações Unidas e que o aquecimento global não deu sinais de regressão. "O aquecimento global não diminuiu (nem está) abaixo das projeções", afirma Stefan Rahmstorf, principal responsável pelo estudo do Instituto Potsdam para Pesquisas do Impacto Climático, na Alemanha.
Rahmstorf: previsões do IPCC estão abaixo da realidade
O estudo comparou as projeções feitas pela ONU com o que realmente aconteceu entre o início da década de 1990 e o ano passado. E, de acordo com o texto, o nível dos oceanos vêm subindo 3,2 mm por ano, 60% mais rapidamente que os 2 mm anuais previstos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), um organismo das Nações Unidas. "Isso sugere que as previsões do IPCC sobre o nível do mar no futuro também podem estar niveladas por baixo", escreveram os autores de Alemanha, Estados Unidos e França na publicação científica Environmental Research Letters.
O último estudo do IPCC, de 2007, estimava que o mar poderia subir entre 18 cm e 59 cm neste século, sem contar com uma possível aceleração do derretimento das calotas de gelo na Groenlândia e na Antártica.
Rahmstorf diz que as estimativas mais otimistas que fez, são de uma elevação entre 50 cm e 1 metro até o ano de 2100. No século passado, o mar subiu 17 cm. Um panorama como o previsto por Rahmstorf poderia levar desde ilhas do Pacífico até cidades como Tóquio e Nova York, a enfrentar grandes tempestades, erosão e, no pior cenário, total alagamento.
O IPCC foi criticado nos últimos anos após ter de corrigir relatório de 2007, que super dimensionou as taxas de derretimento das geleiras do Himalaya e previu, erroneamente, a extinção até 2035.
Cerca de 200 países estiveram nessa reunião em Doha, para a 18ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro sobre as Mudanças Climáticas (COP-18). Debatem acordos para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e barrar o aquecimento do planeta. As negociações, decidiram os detalhes do tratado do clima em dezembro de 2015, para entrar em vigor em 2020.
22/04/2021 12:51:34 |
Desmerecido como meta de governos do mundo e empresários, o clima volta aos oratórios que caracterizam comportamentos desde os anos 90. Até agora foram em enormes mesas e auditórios, mas em 2021 com a diferença de que os governantes não se encaram pessoalmente. Todos tem atenção voltada para o Brasil, detentor das maiores reservas naturais desde florestas, água e minerais. Também o dirigente brasileiro Jair Bolsonaro, disse estar praticando o que fala, para afugentar os espalhadores do caos.
Na aparição do Presidente, ficou a mostra prática de humildade, revertendo posições sobre a preservação dos recursos naturais e enfrentamento da poluição. Também nessa direção está o apelo para que os defensores da sustentabilidade, apoiem com recursos as ações do Governo Brasileiro.
"Estamos abertos à cooperação internacional" afirmou Bolsonaro, mostrando atitudes administrativas voltadas para o "desenvolvimento sustentável". referiu-se à responsabilidade comum de todos e por isso inisistiu para "apoiarem os propósitos" do Governo e do Brasil.
Promessas foram feitas de que até 2030, o desmatamebnto na Amazônia e no País, será reduzido em 40% e assim, também as emissões de carbono.
Lembrou o Presidente que o Governo Federasl duplicou recursos pasra incremento das ações de fiscalização contra crimes ambientais, especialmente destruição de florestas. Também mostrou que está em andamento um trabalho paralelo para "melhorar a vbida de 23 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia".
Deixou a todos os líderes do mundo, a mensagem de que para chegar ao cumprimento das metas em andamento, são necessários volumes elevados de recursos, para os quais espera adesão da comunidade internacional.
Desmatadores da Amazônia
terão que pagar R$ 3,11 bilhões
Está oficializada por mais um ano, a atuação da força-tarefa da Advocacia-Geral da União (AGU) para defender a integridade sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Medida já está valendo. Até agora os resultados são bastante positivos e estão traduzidos nas 28 ações ajuizadas para cobrar R$ 398,6 milhões dos que cometeram crimes contra a flora e fauna. Um dos objetivos e restaurar áreas degradadas. Total de processos na região, cobra R$ 3,11 bilhões por ilícitos cometidos.
A Força-Tarefa da Advocacia-Geral da União (AGU) em Defesa da Amazônia vai atuar por mais um ano em ações na defesa da região. A portaria com a medida está publicada no Diário Oficial da União e diz que prorrogação começa a valer a partir de hoje.
A força-tarefa foi instituída em setembro de 2019 para atuação nas demandas judiciais que tenham por objeto a defesa de políticas públicas ambientais prioritárias da União, do Ibama e ICMBio nos estados que integram a Amazônia Legal.
Na sua última atuação, a força-tarefa ajuizou um bloco de 28 ações civis públicas na cobrança de R$ 398,6 milhões de desmatadores. Foi o quinto lote de processos ajuizados em Defesa da Amazônia da AGU contra infratores ambientais. A medida tem o objetivo de garantir a recuperação das áreas degradadas.
Essas ações tiveram como alvo 56 pessoas acusadas de desmatar 17,8 mil hectares de floresta nativa, nos estados do Amazonas, de Rondônia, Mato Grosso, do Pará, Maranhão e e de Roraima. Os processos, em sua maioria, envolvem madeireiras e pessoas que transportaram, armazenaram e negociaram madeira ilegalmente, sem licença ambiental.
Até o momento, a força-tarefa cobra o montante de R$ 3,11 bilhões de infratores ambientais, para garantir a recuperação de 151,7 mil hectares da Amazônia Legal.
ONU confia na execução do acordo de Paris. Mundo está mais quente.
António Guterres, secretário--geral da ONU falou (1612) que a instituição está confiante que os países signatários não irão renunciar ao acordo pelo clima assinado em Paris. Há dados confiáveis de que a situação da Terra se complica muito mais se não forem honrados os limites de poluição. Em 2016 as temperaturas aumentaram 1,1 graus Celsius.
O mundo acaba de assistir ao ano mais quente já registrado na história,
superando as temperaturas excepcionalmente altas de 2015, advertiu a
Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas (OMM).
De acordo com a agência da ONU, a temperatura média global em 2016
foi de 1,1 graus Celsius acima do período pré-industrial, continuando a
tendência de que 16 dos 17 anos mais quentes registrados ocorreram
neste século. A exceção foi o ano de 1998.
“2016 foi um ano extremo para o clima global e se destaca como o ano mais quente já registrado. As temperaturas só contam parte da história”, observou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
“Os indicadores de longo prazo da mudança climática causada pela humanidade alcançaram um novo patamar no ano passado, com as concentrações de dióxido de carbono e de metano subindo para novos recordes”, acrescentou Taalas.
Segundo a OMM, o dióxido de carbono foi responsável por 85% do efeito de aquecimento sobre o clima da Terra na última década.
O aumento das temperaturas e das concentrações dos principais gases com efeito estufa na atmosfera não são os únicos indicadores da mudança climática. De acordo com Taalas, o gelo marinho no Ártico continua a níveis muito baixos.
“Também quebramos os registros mínimos de gelo marinho no Ártico e no Antártico. O derretimento da geleira da Groenlândia – um dos contribuintes para o aumento do nível do mar – começou cedo e rápido. O gelo marinho no Ártico foi o mais baixo registrado tanto no início da temporada de derretimento em março quanto no período normal de recongelamento em outubro e novembro”, explicou o secretário-geral.
Taalas também observou que o Ártico está se aquecendo duas vezes mais rápido que a média global, e que a perda persistente de gelo marinho está impulsionando o clima e os padrões de circulação oceânica em outras partes do mundo.
O secretário-geral da OMM destacou ainda as perdas e perturbações socioeconômicas de 2016 relacionadas aos eventos climáticos extremos.
A OMM ligou eventos relacionados com o clima a conclusões da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que relatou recentemente 19,2 milhões de novos deslocamentos devido às condições meteorológicas, à água, ao clima e aos riscos geofísicos em 113 países em 2015.
O número representa mais que o dobro do contingente de pessoas deslocadas devido a conflitos e violência.
O recorde de calor do oceano também contribuiu para o branqueamento generalizado de corais, incluindo na Grande Barreira de Coral australiana, que registrou 50% da morte de corais em algumas áreas.
Cientista político dinamarquês Bjorn Lomborg ficou famoso há 10 anos ao publicar O Ambientalista Cético.
No best seller, acusava ONGs de manipular dados para que governos investissem pesado no combate
às mudanças climáticas. O termo cético virou moda, mas Lomborg recuou. Em Smart Solutions to Climate
Change (Soluções Inteligentes para as Mudanças Climáticas), elege o tema como prioritário. Ressalta, porém,
que a solução não está no corte de emissões de carbono. Nesta entrevista, ele fala do livro, já levado às telas no Canadá.
Para Lomborg, solução não está no corte de emissões
Por que o senhor mudou de ideia?
Eu não mudei de ideia! Desde o primeiro livro digo que as mudanças climáticas existem e são importantes. Mas, nestes primeiros anos de discussão, a solução mais aclamada foi a redução das emissões de carbono, forma tremendamente ineficiente de resolver o problema. Disse isso antes e confirmo no novo livro, chancelado por 28 dos maiores economistas do mundo que lidam com a questão.
Então, o que mudou?
O que digo no novo livro é que deveria haver um aumento significativo no investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de “energia limpa”. É verdade que não disse isso no primeiro livro, porque a possibilidade não estava em discussão. E mais interessante é ver que agora temos a confirmação, por alguns dos maiores economistas do mundo, de que esse é um dos melhores caminhos para lutar contra o aquecimento.
Por que o corte de emissões é ineficiente?
Se você olhar pelo lado político, vai perceber que estamos tentando cortar emissões desde a Conferência do Rio, em 1992. Não conseguimos. Do ponto de vista econômico, não é menos trágico: mesmo que conseguíssemos cortar emissões, estaríamos fazendo esse sacrifício para conseguir um benefício muito pequeno a um custo altíssimo. O único compromisso de corte de emissões em larga escala foi feito pela União Europeia, que prometeu redução de 20% até 2020. Mesmo que a UE consiga, os modelos econômicos mostram que o custo seria de US$ 250 bilhões ao ano. E qual o efeito disso? Ao final do século, teríamos reduzido a temperatura em apenas 0,05 grau. Para cada dólar gasto, evitaríamos só 2 centavos de prejuízo causado pelas mudanças climáticas. O fracasso de Copenhague deveria ter feito com que repensássemos esse modelo.
O senhor propõe no novo livro um imposto sobre emissões.
O CO2 é um problema quando emitido, provoca danos. O economista Richard Tall calculou esses danos em US$ 7 por tonelada emitida. Se você taxar em US$ 7 cada tonelada extra, terá uma receita maior do que aqueles US$ 250 bilhões ao ano para lutar contra efeitos do aquecimento. Agora, não há taxa no mundo que vá fazer as pessoas pararem de consumir combustível fóssil. Podem até consumir menos, mas vão continuar. A taxa sozinha não resolve. O mesmo vale para o mercado de carbono. Pode ajudar a reduzir, mas não será a parte mais eficiente da solução. Como fazer para reduzir em 80%? Com investimento em tecnologia! Estamos colocando o carro na frente dos bois: pedindo às pessoas que cortem emissões sem lhes dar ferramentas para isso.
Qual é a sua sugestão?
Em vez de gastar tentando cortar emissões, deveríamos investir pesado para baratear tecnologias de geração de energia solar, eólica e outras. Aí, todo mundo iria querer trocar de matriz energética. Tornar o petróleo caro para coibir o uso é politicamente complicado. Mas tornar energias verdes baratas a ponto de todo mundo querer usá-las é possível e mais barato que reduzir emissões. Para cada dólar gasto em pesquisa evitamos US$ 11 de prejuízos causados por mudanças climáticas.
Parece que muitas tragédias ambientais são interpretadas
como resultado de mudanças climáticas.Há exagero?
O aquecimento tem efeitos cruéis, mas creio que às vezes exageramos perigosamente na interpretação deles. O perigo de exagerar é que nos faz esquecer o que devemos fazer: melhorar a infraestrutura para lidar com catástrofes, por exemplo. Do outro lado, há a questão do medo: se você assusta as pessoas, chama sua atenção. Mas aí terá de assustá-las cada vez mais para ter atenção. E corre o risco de que deixem de acreditar em você.
Qual seria a melhor abordagem para conscientizá-las?
Temos de ser honestos, porque estamos falando aqui dos próximos 90 anos. Você não pode amedrontar as pessoas por todo esse tempo.
O Estado de São Paulo - Karina Ninni
Por muitos anos ouvi minha mãe falar sobre a vontade de ter um cachorro e a crueldade de criá-lo dentro de um apartamento sem espaço para exercer sua “cachorrice”, até que um dia meu pai apareceu com um [ ler mais ]